Institucional

Fundep, empresas e agências governamentais lançam 'hub' para liderar transição energética

Objetivo é promover a migração de um modelo focado nos combustíveis fósseis para outro de baixa emissão de carbono

Vista aérea do CAD 3, no campus Pampulha, no qual estão instalados painéis solares, equipamentos que visam ampliar a eficiência energética da UFMG
Vista aérea do CAD 3, no campus Pampulha, no qual estão instalados painéis solares, equipamentos que visam ampliar a eficiência energética da UFMG Portal Fundep

Para potencializar o desenvolvimento tecnológico e promover o acesso à inovação de alto impacto em energia verde, a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) da UFMG, agências dos governos estadual e federal e nove empresas lançam, nesta sexta-feira, dia 29, o projeto Verde – Inovação em Energia Limpa e Renovável.

O objetivo é que o hub, formado por empresas, universidades, governos e entidades da sociedade civil, se torne referência na conexão entre atores da quíntupla hélice do ecossistema de energia verde, assumindo papel de liderança na transição energética do país. A quíntupla hélice da inovação é um modelo que prevê a articulação entre universidade, iniciativa privada, governo, sociedade civil e entidades ambientais na resolução dos problemas mais urgentes da sociedade. A proposta é liderar a transição energética no país, por meio da coordenação de ações para acelerar e maximizar seus impactos. Transição energética diz respeito à passagem de uma matriz focada nos combustíveis fósseis para outra com baixa ou zero emissão de carbono, baseada em fontes renováveis.

A modelagem do projeto contou com a parceria das empresas Unicoba, Accenture, Detronic Energia, Bravo Motor Company, Stellantis Latam, Omexom, Alsol Energias Renováveis, Energisa e Cemig Sim, além do apoio institucional da UFMG, do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), do governo de Minas Gerais, da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior (Indi), do BH-TEC, da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME) e do IEBT Inovação.

Em mais de três meses de trabalho, o grupo identificou lacunas – como necessidade de soluções para a complexidade da cadeia nacional, que envolve a geração, a distribuição, a transmissão e o consumo da energia limpa e renovável – que abrem espaço para a ação do hub.

Também foram identificadas vantagens e tendências, como a abundância de fontes limpas e renováveis disponíveis no Brasil, que poderão contribuir para o êxito dessa transição energética, a possibilidade de crescimento da presença de combustíveis verdes e soluções de mobilidade elétrica focadas na descarbonização e a existência de grandes consumidores com alto poder de influência e impacto na configuração da matriz energética.

Elo para inovar
A falta de conhecimento sobre as potencialidades das universidades para geração de inovação nas empresas do setor, a ausência de um ambiente que dê condições e estimule a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a geração de negócios entre os diversos atores e a inexistência de referência que concentre e estruture inteligência para o setor estão entre as lacunas que configuram oportunidade para o surgimento de um hub de inovação em energia limpa e renovável.

“O hub se apresenta como elo para a inovação aberta em energia verde no Brasil, unindo, de forma estratégica, as indústrias do setor com a pesquisa de ponta das principais universidades do Brasil – como a UFMG – e startups e spinoffs de alto impacto", avalia a assessora de inovação da Fundep, Mariana Yazbeck. "É um tema que extrapola as fronteiras brasileiras e se posiciona na agenda global de sustentabilidade e desenvolvimento econômico e social."

Gestora de Negócios e Parcerias da Fundep, Janayna Bhering acredita que o hub pode se tornar uma referência para apoiar a criação de cultura e de políticas públicas, gerando mais capilaridade nas propostas e discussões sobre soluções para o tema. “O papel da Fundep é promover o diálogo entre governo, empresas e academia, fornecendo a todos, inclusive, entendimento sobre o arcabouço legal, o que deverá gerar segurança jurídica. Daí a importância de se envolver também o governo nesse projeto, a fim de gerar políticas públicas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico", destaca Janayna.

O presidente da Fundação, Jaime Arturo Ramírez, destaca o papel da Fundep como um elo entre a UFMG e demais atores, de modo que processos e produtos desenvolvidos na Universidade e em outras instituições de ciência e tecnologia alcancem a sociedade. “A comunidade científica tem-se debruçado sobre as questões mais impactantes da sociedade contemporânea, e uma delas é a matriz energética e seus efeitos sobre o próprio planeta. Pesquisas sobre essa temática e os produtos resultantes estão aí, na UFMG e em outras instituições de ciência e tecnologia. O papel da Fundep é oferecer o apoio à universidade tanto para o desenvolvimento dessa pesquisa quanto para a extensão, ou seja, para o encontro desse conhecimento com a sociedade”, esclarece.

Empresas madrinhas
O hub vai operar com ciclos de 24 meses e está aberto à adesão de empresas madrinhas, que farão aportes na pesquisa, no desenvolvimento de tecnologias, na infraestrutura laboratorial e na proposição de soluções customizadas para atuação na fronteira do conhecimento.

Como participantes do hub, elas terão acesso a 11 produtos e programas. O escritório físico da iniciativa funcionará no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), que possui infraestrutura de apoio à pesquisa e inovação e mantém ampla conexão com o ecossistema de inovação nacional. O hub também terá atividades virtuais, que serão desenvolvidas por meio de plataformas de videoconferência.

O evento de lançamento terá início às 10h, com transmissão ao vivo pela plataforma YouTube. Às 10h30, o professor Braz Cardoso, da Escola de Engenharia, fará uma apresentação sobre o Projeto Oásis, de eficiência energética na UFMG. 

Leia mais sobre o assunto em matéria publicada no Portal da Fundep.

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