Ensino

Gestores de graduação têm propostas para adoção de estruturas formativas de tronco comum

Em reunião nesta semana, foram abordados os benefícios do sistema, como a redução da evasão, e desafios como a necessidade de mudança de cultura

Grupos de gestores conversam sobre as propostas:
Grupos de gestores conversam sobre as propostas de tronco comum: ambientes compartilhados de formaçãoFoto: Assessoria de Comunicação da Prograd

Gestão mais eficiente e escolha mais acertada do curso de graduação por parte dos estudantes são os principais benefícios esperados com a adoção das estruturas formativa de tronco comum. Essas “estruturas articuladas em torno de eixos temáticos comuns a cursos de determinado campo do conhecimento, que objetivam propiciar ambientes compartilhados de formação de estudantes, provendo atividades de atuação conjunta”, como definem as Normas Gerais de Graduação, foram o tema de reunião realizada na última quarta-feira, 10, no campus Pampulha. Propostas de união de cursos foram apresentadas por docentes do ICEx, da Engenharia e da Fafich.

Resolução Cepe nº 06/2022, que regulamenta o assunto, aborda diretrizes para a organização curricular, as formas de gestão acadêmica e coordenação didática e critérios para escolha definitiva do curso pelos estudantes vinculados a um tronco comum, quando esta for a opção de ingresso no ensino de graduação. O documento define ainda que existem três formas de implementar um tronco comum – duas delas nos períodos curriculares iniciais, com ou sem ingresso único nos processos seletivos, e a terceira, predominantemente, nos períodos curriculares finais, visando à formação interprofissional. 

“A institucionalização de ambientes compartilhados para formação de estudantes, por meio das estruturas formativas de tronco comum, contribuirá para uma formação acadêmico-profissional mais sólida e para a permanência qualificada de nossos estudantes de graduação. Além disso, favorecerá gestão mais eficiente e equânime dos cursos e o surgimento de novos cursos de graduação, ou expansão dos existentes, de forma mais dinâmica”, explicou o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira.

Organizada pela Prograd, a reunião teve a presença de 113 gestores vinculados ao tema, entre coordenadores e subcoordenadores de colegiados, presidentes de Núcleos Docentes Estruturantes, chefes de departamento e diretores de unidades acadêmicas.

Colegiado único
O documento aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão prevê um único colegiado como a instância responsável pela gestão acadêmica e coordenação didática de todos os cursos de graduação que a compartilham, no caso da adoção do tronco comum nos períodos iniciais da graduação. Mas fica preservada a necessidade de um Núcleo Docente Estruturante (NDE) separado para cada curso, para que se observem os instrumentos de avaliação dos cursos.

A resolução do Cepe amplia a autonomia do estudante em seu processo formativo, oferecendo a possibilidade, nos casos em que se adote o tronco comum nos períodos iniciais, de escolha de qualquer um dos cursos articulados pelo tronco comum para obter grau. É vedada a limitação do número de vagas para acesso a cada curso. 

Três propostas
Apresentação feita na reunião pelo pró-reitor de Graduação detalha o funcionamento da estrutura formativa de tronco comum e explica que três propostas estão sendo submetidas à análise da Diretoria Acadêmica da Prograd. 

Uma delas é o Tronco Comum em Metalurgia e Materiais, apresentada por Pedro Ferreira, coordenador do curso de Engenharia Metalúrgica e membro da Câmara de Graduação. Ela consiste na criação do curso de Engenharia de Materiais, que dividirá estrutura com a Engenharia Metalúrgica. “A ideia é ter uma entrada única para os dois cursos e que o estudante possa optar depois por um deles”, segundo o professor. Ele acrescenta que os espaços compartilhados aumentam a oferta de possibilidades e têm grande potencial de diminuir a evasão, uma vez que contribuem para uma escolha mais consciente.

As outras propostas são o tronco comum em Computação, que prevê entrada única para os cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação, e a estrutura que seria compartilhada pelos cursos de Antropologia e Arqueologia. Na reunião desta semana, as ideias foram apresentadas, respectivamente, pelos professores Douglas Macharet, do curso de Sistemas de Informação, e Andrei Isnardis Horta, do Departamento de Antropologia e Arqueologia.

Alguns dos desafios para a adoção do tronco comum, de acordo com o que foi dito durante os debates, estão relacionados a aspectos como o alinhamento às necessidades de formação postas pela sociedade, a compatibilização entre as especificidades dos diferentes cursos, a gestão compartilhada e a necessidade de uma mudança de cultura.

Carol Carvalho | Assessoria de Comunicação da Prograd