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Golpe de 1964 é destaque na programação da Rádio UFMG Educativa

Em entrevista, historiador da Fafich afirma que o Brasil não superou a ditadura

Estudantes deixam o campus Saúde da UFMG após a polícia ter impedido, em junho de 1977, a realização da terceira edição do Encontro da UNE
Estudantes deixam o campus Saúde da UFMG após a polícia ter impedido, em junho de 1977, a realização da terceira edição do Encontro da UNE Acervo Projeto República / UFMG

Parte da programação desta segunda-feira, 1° de abril, da Rádio UFMG Educativa foi dedicada à reflexão sobre o golpe civil-militar de 1964, que completou 55 anos, e seus desdobramentos na vida nacional. Em entrevista ao Programa Conexões, que foi ao ar na manhã de hoje, o professor Rodrigo Patto Sá Motta falou sobre as marcas que o regime militar deixou para a democracia. "A ditadura ainda é um problema presente no Brasil. Não é passado, ainda faz parte do nosso debate político", disse.

No programa Universo Literário, especializado em literatura, o jornalista Eduardo Reina abordou o livro Cativeiro sem fim, em que relata 19 casos de crianças filhas de militantes políticos e camponeses que foram sequestradas por militares durante o regime.

Série
Até 6 de junho, no programa Conexões, serão veiculados os 50 episódios da série 50 anos do Golpe de 64, produzida em 2014. Os episódios exploram temas como política interna, externa, esporte, cultura, tortura e exílio ao longo dos 21 anos de ditadura. O último episódio é uma leitura coletiva dos nomes das pessoas que desapareceram durante os governos militares. A série vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h30.

Nos últimos dias, a equipe de jornalismo da emissora também produziu reportagens relacionadas ao golpe civil-militar. Em entrevista, o professor Marcelo Cattoni, do Departamento de Direito Público da UFMG, analisa a legalidade da comemoração da data nos quartéis, determinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a celebração viola princípios constitucionais básicos.

Outra reportagem aborda as mudanças na Comissão de Anistia, colegiado criado com o objetivo de reparar danos às pessoas perseguidas durante o regime militar. Enquanto o número de membros do colegiado aumentou, a possibilidade de recursos às decisões do grupo foi reduzida. A ministra Damares Silva anunciou um pente-fino em atos da Comissão da Anistia para apurar supostas irregularidades. Especialistas temem que as modificações esvaziem o trabalho do grupo.

Na coluna Gênero e Feminismo, a professora Marlise Matos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem/UFMG), mostra que a violência sexual contra as mulheres foi uma prática corriqueira das forças repressivas.