Indígenas atingidos por rompimento de barragem em Brumadinho enfrentam conflitos com posseiros
Famílias pataxó e pataxó hãhãhãe negociaram acordo com Associação Mineira de Cultura Nipo-Brasileira para viverem na Mata do Japonês, mas posseiros também disputam a terra
Cerca de 20 famílias indígenas, que pertencem às etnias pataxó e pataxó hãhãhãe, estão vivendo desde o mês passado em uma região conhecida como Mata do Japonês, localizada em São Joaquim de Bicas, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Elas faziam parte de uma aldeia instalada em uma margem do rio Paraopeba, também no município de São Joaquim de Bicas.
Essa comunidade foi prejudicada pelo rompimento da barragem B1 da mineradora Vale na mina Córrego do Feijão, situada no município de Brumadinho. Depois que a barragem se rompeu, em janeiro de 2019, a lama de rejeitos de minério chegou ao rio Paraopeba, contaminando a água e matando animais. A poluição do rio comprometeu a sobrevivência da comunidade, que passou a receber um auxílio mensal pago pela Vale, além de outras medidas emergenciais.
Há cerca de um ano, uma parte das famílias resolveu então se mudar para Belo Horizonte. Elas moravam no bairro Jardim Vitória, região Nordeste da capital, quando entraram em contato com a Associação Mineira de Cultura Nipo-Brasileira e negociaram um acordo para viverem na Mata do Japonês. O problema, porém, é que outras famílias, não indígenas, já tinham loteado pedaços do terreno.
A disputa entre esses posseiros e os novos moradores ainda não foi resolvida e, enquanto isso, os indígenas têm dificuldades de recomeçar a vida. Saiba mais na reportagem de Tiago de Holanda: