Pesquisa e Inovação

Livro traça panorama entre fé e sexualidade

Livro de ficção é fruto de pesquisa de mestrado desenvolvida na UFMG

Livro ‘Gays Evangélicos: Vivendo no Front’ foi publicado pela Editora Appris e tem sido vendido on-line
Livro ‘Gays Evangélicos: Vivendo no Front’ foi publicado pela Editora Appris e tem sido vendido on-line Reprodução / Divulgação

O livro Gays Evangélicos: Vivendo no Front, escrito pelo doutorando em Estudos de Gênero na UFSC e mestre em Comunicação Social pela UFMG Vanrochris Vieira traça um panorama de formas atuais que diferentes grupos têm adotado para lidar com a fé e a sexualidade.

A obra acompanha quatro grupos: a Igreja Batista Renovada Galileia, que traz um discurso de acolhimento, mas não aceita a homossexualidade dos fiéis, a Igreja do Mundo Atual, que aceita que esses homens vivam sua homossexualidade, mas de maneira “santificada”, a Igreja Humanista de Jesus, em que é defendido que Cristo não normatiza as sexualidades; e o Grupo de Militância LGBT de Belo Horizonte, que vê a bancada evangélica como inimiga. As visões e ações desses grupos são exploradas por meio do olhar de Gabriel, que participou de cada um deles, e busca promover o debate entre igreja e militância. e de  Davi, que participa de uma igreja tradicional sem se submeter aos discursos de cura gay. O nome dos grupos, igrejas e personagens foram alterados para preservar a identidade dos participantes da pesquisa.

Vanrochris Vieira, autor do livro Gays Evangélicos: Vivendo no Front, foi o convidado do programa Expresso 104,5, nesta quarta-feira, 23.  Durante a entrevista, Vieira falou sobre a diferença de abordagem entre as várias igrejas evangélicas e católicas em relação à homosexualidade, e também explicou um pouco da jornada dos personagens do livro. O pesquisador também falou sobre o processo de estudo do mestrado, que uniu comunicação e antropologia. 

“Não há uma única maneira de as pessoas conseguirem relacionar a sexualidade com a fé delas. É disso que o livro trata. Vai desde um extremo no qual as pessoas abrem mão da fé para vivenciar a sexualidade, e não participam mais da igreja e não acreditam em mais nada, até o outro ,no qual as pessoas abrem mão completamente da sexualidade para viver a religião. E no meio do caminho tem de tudo: quem participa e ignora o discurso da igreja, pessoas que buscam igrejas inclusivas, pessoas que vivenciam uma sexualidade santificada e outros que vivem uma sexualidade mais livre”, explicou.

Produção: Alexandre Miranda, sob orientação de Filipe Sartoreto

Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael