Melhores gravuras sobre 'a identidade glocal da UFMG' são premiadas em concurso
Imagens selecionadas vão ilustrar série limitada de presentes institucionais da Diretoria de Relações Internacionais (DRI)
As estudantes Júlia de Oliveira Alves, Isabella Rodrigues Fonseca e Lara Ferreira dos Reis, do curso de Artes Visuais, tiveram suas gravuras premiadas no concurso A identidade glocal da UFMG, promovido pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI). As três primeiras colocadas receberam prêmio em dinheiro no valor de R$ 2,5 mil, além de certificado entregue pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, em cerimônia realizada no seu gabinete, na última sexta-feira, 20.
Inspiradas nos versos eternizados na voz de Milton Nascimento Eu sou da América do Sul / Eu sei, vocês não vão saber / Mas agora sou cowboy / Sou do ouro, eu sou vocês / Sou do mundo, sou Minas Gerais, as gravuras do concurso deveriam expressar a identidade “glocal” (termo que combina as palavras "global" e "local") da Universidade. Os trabalhos selecionados serão usados na reprodução de série limitada de presentes diplomáticos institucionais da DRI em parceria com a Escola de Belas Artes.
Celebrando a diversidade
A obra de Júlia Alves é uma xilogravura que representa a Reitoria da UFMG, juntamente com o monumento que homenageia o escultor mineiro Aleijadinho. A cena inclui três aves: o jacu, o tucano e o carcará, que são frequentemente vistos no campus Pampulha.
"A proposta foi relacionar as aves da Universidade aos estudantes e às outras pessoas que aqui circulam, destacando que todos são diferentes entre si, cumprem papéis diversos e vêm de lugares variados, inclusive de fora de Minas Gerais e do Brasil. As aves simbolizam a riqueza das experiências e culturas presentes na UFMG", descreveu a autora.
Para Júlia Alves, a Universidade, assim como o estado, valoriza as raízes, ao mesmo tempo em que se projeta para o mundo, acolhendo e celebrando a diversidade.
Conhecimento compartilhado
Autora da gravura Migração, Isabela Fonseca aludiu à dinâmica de migração e internacionalização do conhecimento, priorizada nas ações da UFMG. "Todo conhecimento registrado e publicado é uma ferramenta poderosa de transformação. Assim como os pássaros que migram de uma direção para outra, levando sementes e promovendo a diversidade, os livros atravessam o mundo, semeando ideias, pesquisas, poesias, imagens, histórias, tradições e culturas", metaforizou a estudante.
Isabela Fonseca destaca que a UFMG, por meio do ensino e da pesquisa, absorve influências de todo o mundo e contribui para o cenário global de saberes e inovações — "representando Minas Gerais". "Tal como pássaros em migração, o conhecimento voa livremente, cruzando fronteiras e germinando novas ideias, onde quer que aterrisse", acrescentou.
'De Minas vejo o mundo'
A gravura de Lara Reis traz um dos mais notáveis ex-alunos da UFMG, o poeta Carlos Drummond de Andrade, na bancada de "um laboratório que se torna biblioteca". "O laboratório é o lugar do desenvolvimento de soluções para melhorar a qualidade de vida. Esse propósito também atravessa a obra poética de Drummond, farmacêutico que não exerceu a profissão, mas fez da poesia substância para o cuidado", disse a autora.
Ao descrever alguns dos elementos que compõem sua obra, Lara Reis destacou "o colorido do ipê do lado de fora, que faz alusão ao poema Tempo de ipê, de Drummond". "Além de presente no campus, a árvore é símbolo da flora local e nacional. Aqui, simboliza também a felicidade mineira — o 'dadivoso ipê amarelo', que dissolve os homens na natureza e os faz florescer', como escreveu o poeta", ela lembra.
Sensibilização
"A ideia foi conceber um presente institucional exclusivo, revelador da riqueza de Minas Gerais e também dos talentos que temos aqui, incentivando nossos estudantes a produzir arte — e que essa arte circulasse o mundo. Promovemos, assim, o trabalho e a qualidade da UFMG, que reside, sobretudo, no seu material humano", comentou o diretor de Relações Internacionais da UFMG, professor Aziz Saliba, no evento de premiação.
"Fazer o trabalho dos estudantes circular pelo mundo contribui para a memória institucional e para a sensibilização das pessoas", argumentou o professor Cristiano Gurgel, diretor da Escola de Belas Artes. "A UFMG tem uma amplitude de conhecimento muito grande. A arte tem o poder de atingir muitas esferas da inteligência e de representar nossa Universidade", completou.
A reitora Sandra Goulart Almeida, por sua vez, se disse "fascinada" pela qualidade das obras inscritas no concurso. "Antes mesmo da premiação, as produções já estão circulando. Daqui a algum tempo, essas obras de arte já serão encontradas em acervos de algumas universidades pelo mundo, afinal, a exposição de presentes faz parte da política de hospitalidade praticada entre as instituições. Esperamos que isso seja importante para a formação de vocês", disse a dirigente, ao parabenizar as autoras.
O concurso foi aberto à participação de estudantes regularmente matriculados na Universidade em cursos de graduação ou pós-graduação. Os autores das outras sete obras receberam R$ 1 mil.