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Minas ao Luar está de volta e abre a Semana Nacional do Choro, que homenageia o acordeon

Marcelo Caldi, renomado sanfoneiro carioca, se apresenta no evento e participa do programa Noite Ilustrada

Músico pesquisou e registrou a trajetória de Luiz Gonzaga no choro em livro e álbum há 10 anos
Músico pesquisou e registrou a trajetória de Luiz Gonzaga no choro em livro e álbum há 10 anos Divulgação

No dia 23 de abril, próximo sábado, é comemorado o Dia Nacional do Choro. O marco foi instituído em 2000, quando a data escolhida foi a mesma em que o mestre Pixinguinha teria vindo ao mundo. Recentemente, o pesquisador Alexandre Dias apurou, no cartório onde foi registrada a lenda, a data de 4 de maio como seu dia de nascimento. Apesar da curiosidade,  23 de abril segue como o marco de celebração ao gênero musical.

No domingo, 24, marcando a abertura da Semana Nacional do Choro, o tradicional Minas ao Luar está de volta. Criado em 1994, o evento teve que dar uma pausa nas apresentações presenciais por conta da pandemia da covid-19. Nesse retorno, o encontro homenageia o acordeon. A programação conta com o Clube do Choro e o coletivo Abre a Roda - Mulheres no Choro. Também sobem ao palco os acordeonistas Marcelo Jiran, daqui de Minas; Bebê Kramer, do Rio Grande do Sul; Marcelo Caldi, do Rio de Janeiro; e Luizinho Calixto, da Paraíba. Ao final, os músicos se juntam ao Clube do Choro para o encerramento.

Para abordar essa data especial, o choro, a sanfona e o Minas ao Luar, o Noite Ilustrada dessa sexta, 22, teve como convidado o sanfoneiro e compositor Marcelo Caldi. O carioca falou sobre a importância do Dia Nacional do choro, explicou como o gênero deu origem a vários outros como a polca, o maxixe e o samba. Ele também comentou os diferentes nomes dados ao instrumento ao qual se dedica dependendo da região do país: acordeon no sudeste, gaita no sul e sanfona no nordeste.

A entrevista também passou por referências como Ernesto Narareth; Luiz Gonzaga, de cuja obra Caldi é um grande conhecedor; e Sivuca, responsável pelo fascínio do convidado, que começou como pianista, pela sanfona. O músico detalhou porque o choro, gênero essencialmente nascido na rua definido por ele como "a arte do encontro" é tão fundamental para o país.

"O choro, para mim, é aquilo que a gente tem de mais genuíno e é um gênero imortal. Claro que ao longo desses 100 anos, até um pouco mais, ele teve as suas transformações e, hoje, temos músicos que são baluartes do choro, mais jovens, da minha idade e até menos, que estão levando o choro para um lugar de modernização. Que bom que o Minas ao Luar está voltando e certamente vai continuar existindo. Quero estar na comemoração dos 30 anos e quem sabe comemorar muitos anos desse festival tão importante", refletiu.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

O Minas ao Luar será realizado no domingo, 24, das 9h às 13h, na Praça Duque de Caxias, no Santa Tereza, com entrada gratuita. Mais informações sobre o evento estão no site do Sesc MG. O trabalho de sanfoneiro, compositor e pesquisador de Marcelo Caldi pode ser acessado pelo site do artista.

Produção: Guilherme Thomaz, sob orientação de Breno Rodrigues e Alessandra Dantas.
Publicação: Alessandra Dantas.