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Morre o professor Pedro Américo, do Departamento de Esportes

Sepultamento, reservado a familiares, será na tarde desta terça-feira, no cemitério do Bonfim

Professor
Pedro Américo foi homenageado, em 2019, pelos anos de dedicação à EEFFTOThiago Peruch / EEFFTO

O professor Pedro Américo de Souza Sobrinho, aposentado do Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) morreu ontem (segunda, 24), após contrair a covid-19. O sepultamento, reservado a familiares, será às 15h desta terça, no cemitério do Bonfim.

“Estamos todos abalados e muito tristes com a morte do nosso querido Pedrinho. Ele deu contribuição fundamental na nossa escola, com seus estudos na área de reabilitação, mas também sobre motivação e reabilitação neurológica. Fez trabalho muito importante com centenas de paraplégicos e tetraplégicos, unindo educação física e fisioterapia. Seu livro O esporte na paraplegia e tetraplegia [Editora Guanabara Koogan, 1994] foi um marco para pesquisas nesse campo”, afirma o diretor da EEFFTO, Gustavo Côrtes. "Adorava esportes, era muito comunicativo e estava sempre pronto para nos receber com seu sorriso." 

“O professor Pedro Américo tem uma história muito especial dentro da educação física e especialmente na educação física adaptada. Foi um precursor e um pesquisador incansável no atendimento aos portadores de necessidades especiais por meio da educação física e do esporte", diz a professora Katia Lemos, ex-colega de departamento. "Falar do trabalho dele é falar de inovação e dedicação. Era extremamente solidário e generoso."

Em nota de pesar, o Comitê Paraolímpico Brasileiro afirmou que Pedro Américo é considerado “um ícone da educação física adaptada no país e do esporte aplicado à reabilitação”.

Muitas gerações
Pedro Américo foi vice-diretor da escola na gestão 1998-2001, a primeira de Pablo Juan Greco. Graduado em Educação Física pela UFMG, em 1972, fez mestrado em Ciências da Educação na Universitat Frankfurt e doutorado em Ciências da Reabilitação na Deutsche Sporthochschule Köln, ambas na Alemanha.

O professor participou da formação de muitas gerações de profissionais da Educação Física, deixando legado significativo no campo da saúde coletiva, com ênfase em reabilitação, superação emocional, motivação na reabilitação, reabilitação neurológica, neuroplasticidade e psicologia da reabilitação.  

Pedro Américo presidiu a Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada (Sobama), em 2002-2003, e, por ocasião da realização do Congresso Brasileiro de Inclusão e do 5º Congresso Brasileiro da Sobama, na UFMG, em 2003, afirmou que “o acesso a atividades de lazer ativo, ao bem-estar social, ao respeito e à cidadania são condições para a inclusão social, muitas vezes negada aos deficientes físicos”.

Idealizou e criou projetos de extensão como o de reabilitação de deficientes físicos, que, por mais de 30 anos, deu suporte à base teórica para novas disciplinas relacionadas ao tema. Esteve ligado também ao grupo de dança em cadeiras de rodas, que capacita futuros profissionais de Educação Física para ensinar essa modalidade. Pedro Américo também foi atleta – campeão e recordista brasileiro universitário de 5km de marcha atlética – e técnico de atletismo.