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Morre o professor Fernando Amaral da Silveira, do ICB

Vinculado à pós-graduação em Zoologia, destacava-se pelas pesquisas sobre conservação de abelhas e biodiversidade

Professor do ICB Fernando Silveira
Fernando Silveira, do ICB: erudito e bem-humoradoAcervo pessoal

Morreu neste domingo, 7 de agosto, o professor Fernando Amaral da Silveira, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Natural de Belo Horizonte, Fernando Silveira tinha 62 anos. O corpo será velado nesta segunda-feira, 8, das 11h às 13h, na Funerária Metropax (Avenida do Contorno, 3.000, Santa Efigênia). Haverá ainda transmissão on-line da cerimônia de despedida. Para acessar, deve-se selecionar o estado (Minas Gerais), a cidade (Belo Horizonte) e digitar a senha 1504437.

Aos 19 anos, Fernando Silveira mudou-se para Viçosa, onde se graduou em engenharia agrônoma na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 1985. Concluiu mestrado em entomologia na mesma instituição, em 1988, e doutorado, na mesma área, na Universidade do Kansas, em 1995. 

Em 1996, Silveira tornou-se professor da UFMG, onde lecionou por 26 anos. Era docente do Departamento de Zoologia e do Programa de Pós-graduação em Zoologia, com atuação em temas como abelhas, fauna, sistemática, conservação e biodiversidade. Fernando Silveira acumulou vasta experiência, com pesquisas de destaque nos temas sistemática e conservação de abelhas.

Abelhas e biodiversidade 
As pesquisas sobre abelhas e biodiversidade lideradas por Fernando Silveira foram tema de reportagem publicada no Boletim UFMG, em dezembro de 2019. Um dos responsáveis pelo Laboratório de Sistemática de Insetos, o professor trabalhava também com abelhas ameaçadas de extinção, a fim de entender aspectos como a flutuação da abundância e da riqueza de espécies desses insetos.

Há cerca de 13 anos, o professor descobriu, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, uma nova espécie de abelha, a Actenosigyne mantiqueirensis. À época, havia apenas outra espécie desse gênero conhecida (a Actenosigyne fulvoniger, endêmica no Brasil e encontrada no sul do país). Pouco depois, uma terceira espécie foi descoberta no Parque do Itatiaia, no Rio de Janeiro.

Personalidade
Silveira era descrito pelos colegas como bem-humorado, erudito, socialmente orientado, crítico e dono de uma sensibilidade brilhante. Recentemente, em 28 de julho, republicou em seu perfil em uma rede social a frase “Não basta ser excelente no que faz: é preciso ser ético e humano”, que reflete um traço de sua personalidade.

Além de dezenas de textos científicos, Fernando Silveira publicou quatro livros de literatura: Encruzilhadas (2016), Contos de outros mundos (2017), Espelho virtual (2019) e Cândida e outras vidas (2022). Atualmente, trabalhava em um livro de contos e em uma novela.

Com Assesoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB