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Museu Bajubá é inaugurado com exposição sobre os 140 anos de João do Rio

Espaço surge para preservar a memória da população LGBTQIAP+ e celebra a vida de João do Rio com a mostra 'Cintilando e causando frisson'

João do Rio
João do Rio Acervo da Biblioteca Nacional

No Brasil e no mundo, a história de diversos grupos sociais considerados minoritários é marcada pelo apagamento. Pensando nisso, é inaugurado neste mês o Museu Bajubá, que surge com o objetivo de preservar a memória da trajetória da população LGBTQIAP+. Criada pela historiadora Rita Colaço, em parceria com os pesquisadores Luiz Morando e Matheus Bortolozzi, a iniciativa se dedica a reunir, organizar e difundir conteúdo documental e cultural que envolve pessoas de todas as sexualidades e identidades de gênero dissidentes. Para inaugurar sua programação, o museu promove, a partir deste mês, a exposição Cintilando e causando frisson - 140 anos de João do Rio

Até novembro, a mostra celebra a vida e trajetória de um dos mais influentes nomes da imprensa brasileira. Morto há cem anos, João do Rio era um homem negro e homossexual e lidou, ao longo de sua história, com diversos obstáculos impostos pelo preconceito vigente em uma sociedade ainda conservadora. A exposição, que ocorre em formato on-line, é dividida em 10 eixos temáticos que, por meio de imagens, apresentam a produção literária, a atuação profissional e momentos importantes da vida do autor. 

O Museu Bajubá e a exposição sobre os 140 anos de João do Rio foram tema de entrevista no programa Noite Ilustrada desta terça-feira, 14. Na edição, o apresentador Luiz Fernando Freitas conversou com o professor e pesquisador Luiz Morando, curador do projeto.

"O Museu Bajubá é uma iniciativa minha e da historiadora Rita Colaço na tentativa de preservar, na memória, os territórios de sociabilidade LGBTQIAP+, a princípio em três cidades: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. O Rio, por ser uma das cidades mais antigas do nosso país e antiga capital, é uma das cidades que guardam o maior número de lembranças, territórios e espaços de sociabilidade de pessoas dissidentes de sexo e de gênero. O João do Rio, nada comum para o século 20, além de ser jornalista e escritor, também era homossexual. Por isso, ele circulou por alguns espaços da cidade do Rio, no começo do século, e fixou esses locais em sua literatura", explicou o pesquisador, ao ser questionado sobre a conexão entre o tema da mostra e a proposta do Museu Bajubá.

Ouça a entrevista completa no SoundCloud.

A mostra online Cintilando e causando frisson - 140 anos de João do Rio, que passa por mais de noventa imagens divididas em dez eixos temáticos, já está disponível no site.

Produção: Maron Filho e Laura Portugal, sob orientação de Hugo Rafael e Alessandra Dantas
Publicação: Carlos Ortega, sob orientação de Hugo Rafael