Institucional

Papel das mídias textuais será discutido em colóquio na próxima semana

Evento é aberto ao público; inscrições terminam nesta sexta

Edições do Boletim UFMG, que circula há 45 anos
Capas de edições recentes do Boletim UFMG, que circula há 45 anos Foca Lisboa / UFMG

Com foco no debate sobre mídias textuais, o Centro de Comunicação (Cedecom) realiza, na próxima segunda-feira, 20, no campus Pampulha, o 2º Colóquio Universidade e Comunicação Pública. O objetivo é discutir o papel e o alcance das mídias impressas institucionais da UFMG em um cenário em que a convergência de canais, de formatos e de linguagens altera a produção comunicacional e a própria estratégia das organizações.

Gratuito e aberto ao público, o evento recebe inscrições até esta sexta-feira, 17, ou enquanto houver vagas. O Colóquio será realizado na Sala de Sessões, no prédio da Reitoria, das 9h às 17h30. Haverá emissão de certificado. Responsável pela edição do Boletim UFMG, veículo impresso semanal que circula ininterruptamente há 45 anos, o Cedecom traz ao debate temas como O lugar do texto na comunicação institucional e públicaO caminho é o digital? e Jornalismo científico: o texto passado em revista.

O Colóquio é viabilizado com recursos do Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie), mantido pelas pró-reitorias acadêmicas, e também com recursos do próprio Cedecom. Na primeira edição do evento, realizada em dezembro do ano passado,  o debate se deu em torno das mídias sonoras, e o projeto da terceira edição, sobre mídias visuais, acaba de ser submetido em novo edital do Programa.

De acordo com o jornalista Marcílio Lana, coordenador-executivo do Cedecom, a intenção da série é promover discussões sobre o fazer da comunicação institucional com a contribuição de convidados que tragam experiências profissionais e acadêmicas, além das perspectivas institucional e conceitual. “Poderíamos até realizar uma discussão mais interna, com assessores e profissionais de comunicação da Universidade, mas queremos ouvir outras experiências e especialistas do campo teórico", afirma Marcílio Lana.

Ele destaca que o Cedecom, como parte da estrutura da academia, precisa fortalecer sua dimensão como ambiente de formação da própria equipe e dos estudantes que atuam como bolsistas. Para ele, discussões como as do colóquio qualificam o Cedecom como espaço de formação complementar no qual o fazer técnico-profissional está ancorado em projetos e em debates de natureza teórica.

Segundo a jornalista Tacyana Arce, também coordenadora-executiva do Cedecom, a proposta é realizar outras edições do evento, sempre buscando a contribuição de instituições e teóricos para outros temas, como o valor notícia na Universidade, planejamento e criação, comunicação interna e redes sociais.

Primazia do audiovisual
Em sua segunda edição, o Colóquio vai abordar os suportes midiáticos do texto, contrapondo o papel e o digital. A proposta é discutir o alcance e os limites do impresso para a estratégia comunicacional da universidade pública, em um contexto que evidencia novos hábitos de consumo de informação. Na edição de 2016 da Pesquisa Brasileira de Mídia, 26% dos entrevistados citaram a internet como sua principal fonte de informação. 

O mesmo levantamento mostra que a TV lidera a preferência dos entrevistados, com 63%. Só 3% citaram os jornais impressos, e nenhum entrevistado mencionou as revistas. Entre os que se informam pela internet, 50% acessam os sites diariamente, e 91% o fazem pelo celular. O custo de impressão e a preocupação com a sustentabilidade contribuem para a chamada crise dos veículos impressos. 

“Há pesquisas que apontam que, em 20 anos, mais de 90% do conteúdo da internet será em audiovisual. Esses resultados não apontam a morte do impresso, mas problematizam a morte do texto, com primazia do audiovisual”, comenta Tacyana Arce, que vai mediar a mesa O lugar do texto na comunicação institucional e pública, na manhã do dia 20.

Segundo ela, além de discutir a viabilidade do dispositivo impresso – considerando também os custos em período de contingenciamento e a responsabilidade ambiental – é importante pensar a própria efetividade da mídia impressa. “É inegável o declínio do impresso e o caminho da digitalização. Esse um é motivo para que o Boletim deixe de circular como impresso? Isso precisa ser problematizado”, defende a jornalista, lembrando o Boletim é veículo valorizado pela comunidade universitária. Segundo ela, nenhuma decisão será tomada no Colóquio – até por ser uma discussão que diz respeito a outras instâncias – mas as reflexões vão abrir o debate sobre o tema.

Este vídeo da TV UFMG, produzido por ocasião da edição 2000 do Boletim, que circulou em novembro passado, mostra etapas de produção da publicação:

2º Colóquio Universidade e Comunicação Pública

Programação
9h45 - Abertura: Boletim UFMG, 45 anos

10h30 - Mesa 1: O lugar do texto na comunicação institucional e pública
Por que e para que produzir jornalismo textual numa instituição universitária pública? A discussão se situa no âmbito ampliado da série de colóquios que busca a reflexão sobre a comunicação institucional pública.

Convidados 
Maria Céres Pimenta Spínola Castro, diretora do Centro de Comunicação da UFMG
Elton Antunes, professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG
Debora Lopez, professora da Universidade Federal de Ouro Preto, coordenadora do Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo e editora da revista Rádio-Leituras
Mediação: Tacyana Arce, coordenadora-executiva do Cedecom

14h - Mesa 2: O caminho é o digital?
Descrição: discutir os limites e potencialidades dos veículos on-line e impressos, bem como a diferenciação na configuração desses dispositivos. A prioridade ao digital é inevitável?

Convidados
Alexandre Lenzi, doutor em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e autor do livro Inversão de papel
Magno Medeiros, professor da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG) e secretário de Comunicação da UFG
Gilcinei Carvalho, professor da Faculdade de Educação da UFMG e editor pedagógico do Jornal Letra A
Mediação: Itamar Rigueira Jr., jornalista do Boletim UFMG

16h - Mesa 3: Jornalismo científico: o texto passado em revista
Descrição: compreender o que caracteriza revistas e jornais, que historicamente são a principal forma de disseminação de informação científica em universidades, na segunda década do século 21, marcada pela comunicação multimidiática e convergente. 

Convidados
Yurij Castelfranchi, diretor de Divulgação Científica da UFMG
Luiza Caires, editora-chefe de ciência do Jornal da Universidade de São Paulo (USP)
Maurício Guilherme da Silva Jr., editor-chefe da revista Minas Faz Ciência, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)
Mediação: Flávio de Almeida, editor do Boletim UFMG