Pesquisa e Inovação

Estudo da Ciência Política aborda atuação de mulheres negras na ALMG

No Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial, o programa 'Aqui tem ciência' apresenta dissertação defendida por Grécia Mara, na Fafich

Da esquerda para a direita, as deputadas Leninha, Ana Paula Siqueira e Andréia de Jesus.
A partir da esquerda, as deputadas Leninha, Ana Paula Siqueira e Andréia de JesusFoto: Ricardo Barbosa | ALMG

Na atual composição da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), quatro das 77 cadeiras são ocupadas por mulheres negras. Somente a partir de 2018 a casa teve deputadas negras eleitas pela primeira vez. 

Mestra em Ciência Política pela UFMG, a pesquisadora Grécia Mara Borges da Silva desenvolveu sua dissertação de mestrado com foco no sentido da representatividade na ação política dessas parlamentares. O trabalho apresenta a análise da atuação de três deputadas: Andreia de Jesus (então filiada ao Psol), Marilene Alves de Souza, a Leninha, do PT, e Ana Paula Siqueira, da Rede. 

Análise do discurso
O estudo, concluído em 2022, teve como base publicações postadas nos perfis das deputadas nas redes sociais digitais, em um período de cerca de quatro meses próximo ao Dia da Consciência Negra, em 11 de novembro. Para a pesquisadora, a escolha das mídias sociais foi um aspecto importante na análise do discurso, menos condicionada ao viés estritamente político. A pesquisa também considerou as comissões das quais as deputadas participaram e as leis propostas e aprovadas por elas. 

Segundo a autora, a dificuldade inerente à participação feminina, especialmente de mulheres negras, nos espaços de poder perpassa não apenas a objeção social — resultado de uma discriminação com raízes históricas e estruturais — como também questões financeiras, já que os financiamentos dos partidos são destinados majoritariamente a homens brancos. 

Como resultados da pesquisa, Grécia Mara descreve o entendimento dos padrões de preconceitos que atingem as mulheres negras e a importância dos discursos das três “sujeitas da pesquisa”, como ela define, para a defesa de pautas do movimento negro e para a maior difusão de símbolos da cultura negra. 

Ouça o novo episódio do programa Aqui Tem ciência, da Rádio UFMG Educativa, que integra série especial sobre pesquisas com recorte de gênero realizadas por mulheres.


Grécia Mara acompanhou a atuação de três parlamentares negras na ALMG
Grécia Mara: deputadas como "sujeitas da pesquisa"Foto: Acervo pessoal

Raio-x da pesquisa:

Título: Os sentidos da representatividade na ação política das mulheres negras eleitas para a ALMG
Autora: Grécia Mara Borges da Silva
O que é: Dissertação de mestrado que apresenta a análise do discurso e da atuação das primeiras parlamentares negras eleitas para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a partir de 2018
Programa de Pós-graduação: Ciência Política
Orientadora: Marlise Miriam de Matos Almeida
Ano da defesa: 2022

O episódio 143 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Bella Corrêa, edição de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade. 

O Aqui tem ciência vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h. O programa também fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e na página da emissora no Portal UFMG.