Pesquisa defende diagnóstico precoce de transtornos mentais em mulheres
Tema de episódio do 'Aqui tem ciência', estudo avaliou sintomas ansiosos em gestantes e puérperas com depressão
De 20% a 25% das mulheres podem deprimir-se na gestação e/ou no pós-parto. E os impactos dessa doença vão além da vida da gestante ou da mãe e são sentidos também pelos filhos. Esse alerta é feito pela médica Kyze Quintela, mestra em Medicina Molecular pela UFMG. A dissertação da pesquisadora é tema do episódio 112 do Aqui tem ciência, último do mês de março em homenagem às mulheres.
Para propor melhorias no diagnóstico da doença, Kyze Quintela observou os sintomas ansiosos em mulheres gestantes e puérperas que já apresentavam o chamado Transtorno Depressivo Maior, caracterizado por humor deprimido, perda de vontade de realizar atividades, fadiga, cansaço, irritabilidade e alteração de memória e atenção.
A pesquisa de mestrado de Kyze confirmou o que a literatura da área já sugeria, mas que era pouco observado em estudos específicos: mulheres que se deprimem na gestação e no pós-parto apresentam mais sintomas de ansiedade do que mulheres que não tiveram depressão nessa fase de vida. Elas também apresentaram mais sintomas ansiosos do que pessoas não gestantes e não puérperas sem quadro de depressão.
O estudo, finalizado em 2021, chama a atenção para a necessidade de que a depressão perinatal e outros transtornos mentais tenham diagnóstico assertivo e precoce, de modo que a mãe consiga tratamento adequado, para que sejam evitadas consequências para ela e seus filhos.
Raio-x da pesquisa
Dissertação: Avaliação de sintomas ansiosos em mulheres com transtorno depressivo maior no periparto atendidas em um serviço universitário de ginecologia e obstetrícia
O que é: pesquisa de mestrado que observou sintomas ansiosos em mulheres gestantes e puérperas com Transtorno Depressivo Maior
Pesquisadora: Kyze Lino Quintela
Programa de Pós-graduação: Medicina Molecular
Orientador: Humberto Corrêa da Silva Filho
Ano da defesa: 2021
Produção
O episódio 112 do Aqui tem ciência teve produção e apresentação de Alicianne Gonçalves e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento.
Em março, os episódios do programa abordaram pesquisas feitas na UFMG por mulheres e sobre mulheres. Episódios anteriores:
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O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM e no site da emissora, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.