Pesquisadoras do ICA preparam bolos e cookies com amêndoa da macaúba
Fabricação gera renda extra para famílias atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, em 2015
![Ana Cláudia Mendes | UFMG A estudante Maria Eduarda Andrade e a professora Caroline Martins são as responsáveis pelo projeto](https://ufmg.br/thumbor/ttgThCtQTy5WccMhYA1x5nyT3Ro=/0x0:4903x3277/712x474/https://ufmg.br/storage/5/d/e/a/5dea2882fe454a7243d3bff58b98e124_1668009003678_1020284820.jpg)
Pesquisadoras do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, em parceria com colegas das universidades federais de Ouro Preto (UFOP) e Viçosa (UFV), desenvolveram um trabalho destinado à produção de alimentos derivados do coco de macaúba — fruto encontrado, principalmente, na transição entre os biomas do cerrado e da mata atlântica.
Com a amêndoa da macaúba, a equipe da UFMG, formada pela professora Caroline Liboreiro Paiva e pela estudante Maria Eduarda Andrade, desenvolveu produtos de panificação, como bolos e cookies. “A amêndoa da macaúba é rica em fibras e lipídeos de boa qualidade”, afirma Caroline, coordenadora do projeto na instituição.
As equipes da UFOP e da UFV desenvolveram, respectivamente, uma cocada e um extrato aquoso da amêndoa.
Agricultura familiar
A atividade teve início em junho de 2021 e foi concluída em outubro deste ano. O projeto atendeu a comunidade de Goiabeiras, situada no distrito de Acaiaca, próximo a Mariana.
A iniciativa contou com a parceria de empresas privadas, no fornecimento da macaúba, no ensino do cultivo e coleta do fruto e na extração do óleo da amêndoa. A macaúba fora do endocarpo (camada mais dura da amêndoa), e já branqueada, foi doada pela Soleá Soleum. O óleo extraído na cooperativa Grande Sertão deu origem à farinha, com base na qua foram desenvolvidos os produtos de panificação.
Os produtos de panificação, fabricados por uma associação que reúne 16 agricultoras familiares, foram destinados à merenda escolar. Com a proposta, criou-se uma alternativa mais saudável para a alimentação nas escolas e uma nova fonte de renda para as famílias, que estão entre as atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, em 2015, e as impactadas pela pandemia de covid-19.
“Os produtos também representam a oferta de alimentos mais saudáveis para a população”, comenta Maria Eduarda.
O trabalho desenvolvido no ICA foi um dos premiados no 25º Encontro de Extensão da UFMG, realizado, em outubro, como parte da 31ª Semana do Conhecimento.