Produção editorial de Guilherme Mansur reabre Centro de Memória da Fale
Exposição é focada no texto poético e na edição contemporânea, artesanal e independente
Livros de poemas de Haroldo de Campos, Laís Corrêa de Araújo, Carlos Ávila, Júlio Castañon Guimarães, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Manoel de Barros e Ana Cristina César são algumas das obras que compõem a produção editorial do poeta, editor e tipógrafo mineiro Guilherme Mansur, que estará aberta ao público a partir desta terça-feira, 17 de outubro, no Centro de Memória da Faculdade de Letras (Fale).
Fruto de parceria entre o Gabinete do Livro, iniciativa inspirada em um espaço da biblioteca ideal que promove mostra de edições especiais de livros, e o Centro de Memória da Faculdade de Letras (Fale), a exposição Guilherme Mansur: poeta editor reabre as atividades no ambiente expositivo do Centro de Memória com o foco no texto poético e na edição contemporânea, artesanal e independente.
O curador da exposição, Flávio Vignoli, diz que a escolha pelo editor era “inevitável” por causa da sua importância na história editorial do Brasil. “O Guilherme é um editor e tipógrafo mineiro, de Ouro Preto, que muitos não conhecem, e apresentar sua obra na Letras, que tem uma produção de pesquisa na área, é um sonho antigo”, afirma.
Vignoli elogia a escolha do Centro de Memória para abrigar a mostra, pois ele tem, entre os seus atributos físicos, ares de gabinete de artes gráficas, com vitrines, mapotecas, gavetas, armários e nichos. "O Gabinete está no lugar onde deveria estar: próximo às pessoas que pesquisam a edição e a tipografia", sentencia Vignoli. O Centro fica no segundo andar da Faculdade de Letras e ficará aberto à visitação de segunda a sexta, das 10h às 13h e das 14h às 21h.
A exposição será aberta às 18h30, com roda de conversa que reunirá o curador da exposição, Flávio Vignoli, e o poeta e pesquisador Mário Alex. Serão emitidos certificados de comparecimento, e não é necessário se inscrever previamente.
O Gabinete
O Gabinete do Livro, iniciativa que promove mostras de edições especiais, tem em seus seis anos de atividade oito exposições realizadas no âmbito do projeto Museu Vivo Memória Gráfica. Dele saíram mostras dedicadas à extravagante coleção Cattleya Alba, da Confraria de Bibliófilos Brasileiros, à editora Noa Noa, para a qual criação poética e produção tipográfica são aspectos indissociáveis, aos sóbrios livros impressos em tipografia pelas mãos do poeta João Cabral de Melo Neto, às aventuras editoriais de Gastão de Holanda e Aloísio Magalhães em O gráfico amador. Todas compõem o acervo da Tipografia do Zé.
O homenageado
Poeta, editor e tipógrafo, Guilherme Mansur nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais. Editou livros de poesia de Álvaro Andrade Garcia, Haroldo de Campos, Carlos Ávila, Sylvio Back, Jussara Salazar, Régis Bonvicino, Laís Corrêa de Araújo, Paulo Leminski e Alice Ruiz, entre outros. Montou o poema-instalação Quadriláxia e publicou o seu primeiro livro de poesia, Os sete fôlegos, pela editora Risco do Ofício – a obra foi reeditada mais tarde com o título Gatimanhas & Felinuras, em parceria com Haroldo de Campos, pela editora Katze Caderno.
Mansur coordenou a reforma gráfica do Suplemento Literário de Minas Gerais e trabalhou como paginador do jornal durante oito anos. Ele também ministrou oficina de editoração no Festival de Inverno da UFMG e fundou e editou o jornal de arte e poesia Amilcar. Publicou os livros Barrocobeat e Bené Blake, com Dimas Guedes. É autor de poemas publicados em diversas revistas e jornais literários, entre os quais o Suplemento Literário de Minas Gerais, cadernos Mais e Folhinha, ambos do jornal Folha de S.Paulo, jornal Nicolau, de Curitiba, e revistas Bric-a-Brac, de Brasília, ETC, de Curitiba, e Olhar, da Universidade São Carlos.
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-5108 e pelo e-mail memoria.fale@gmail.com.