Saúde

Prescrição inadequada de antibióticos na pandemia eleva risco de superbactérias

Professores da UFMG explicam que remédios como a azitromicina não são recomendados para o tratamento da covid-19

Para evitar o risco de superbactérias, é importante educar profissionais da saúde e população sobre os perigos do uso irresponsável de antibióticos
Para evitar o risco de superbactérias, é importante educar profissionais da saúde e população sobre os perigos do uso irresponsável de antibióticos Mark Fletcher-Brown I Unsplash

Além da ivermectina e da cloroquina, um outro medicamento do chamado kit covid, a azitromicina, também está sendo prescrito de forma errada durante a pandemia do coronavírus. A azitromicina é um antibiótico, ou seja, um remédio para tratar infecções por bactérias e não por vírus, como é o caso da covid-19. 

O problema é que o uso incorreto de antibióticos representa um perigo para a saúde pública, elevando o risco de superbactérias e de epidemias difíceis de serem enfrentadas. A Acinetobacter baumannii, por exemplo, é uma bactéria que se tornou resistente a vários antibióticos e é capaz de causar pneumonias severas, infecções urinárias e até meningite. Um relatório encomendado pelo governo do Reino Unido estima que até 2050 serão 10 milhões de mortes causadas por bactérias resistentes a antibióticos. 

Para entender melhor esses riscos, o repórter Joabe Andrade conversou com os professores João Marques e Angélica Vieira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG e Vandack Nobre,  do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.