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Professora do ICB vence prêmio que estimula igualdade de gênero na ciência

Angélica Thomaz investiga alternativas para combater as chamadas “superbactérias”

Professora Angélica Thomaz Vieira venceu na categoria Ciências da Vida
Angélica Thomaz estuda resistência de bactérias a antibióticosFacebook / angelicathomaz

A bióloga Angélica Thomaz Vieira, professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, é uma das sete pesquisadoras vencedoras da edição 2018 do prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela L’Oréal Brasil, Unesco e Academia Brasileira de Ciência (ABC). Ela ganhou na categoria Ciências da Vida. O anúncio do prêmio, que visa promover a igualdade de gênero na ciência, ocorreu neste domingo, 12 de agosto.

A pesquisadora, que dedica seus estudos à imunologia, investiga a resistência de bactérias a antibióticos e o modo como o próprio corpo poderia produzir substâncias capazes de combater as bactérias resistentes. As “superbactérias” vêm causando a morte de inúmeras pessoas em todo o mundo. Por esse motivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) defende a busca de novas alternativas porque antibióticos mais potentes não estão dando conta de eliminar algumas dessas bactérias resistentes.

A cientista Angélica Thomaz Vieira se propôs a encontrar uma dessas estratégias. Ela pesquisa os efeitos de uma alimentação balanceada propiciados por bactérias benéficas que habitam o corpo, já que elas produzem substâncias – chamadas de metabólitos – que ajudam a combater bactérias “invasoras”.

“Busco estratégias bioterapêuticas de restauração do equilíbrio da microbiota intestinal, antigamente conhecida como “flora intestinal”, que visam aumentar a produção desses metabólitos, principalmente com base em uma alimentação rica em fibras, probióticos e posbióticos, para tratar ou prevenir as doenças inflamatórias ou infecciosas”, explica a professora, que também é coordenadora do Laboratório de Microbiota e Imunomodulação (LMI) da UFMG.

O prêmio
Mais de 500 pesquisadoras se inscreveram neste ano, número recorde em relação aos outros anos. As vencedoras vão receber bolsa-auxílio de R$ 50 mil. “Além de promover o reconhecimento das mulheres cientistas, esse prêmio é importante por valorizar a pesquisa no Brasil que, atualmente, está passando por uma fase de redução de incentivos e de investimentos nas políticas públicas de valorização das pesquisas”, relata a pesquisadora.

Com a bolsa-auxílio, a professora dará continuidade ao estudo e vai desenvolver uma linha de pesquisa na UFMG para criar uma estratégia de manipulação da microbiota para tratar ou evitar a disseminação de infecções por bactérias resistentes a antimicrobianos.

Trajetória
Angélica Thomaz é bióloga formada pela Faculdade Metodista Integrada Isabela Hendrix. Fez mestrado em Bioquímica e Imunologia e doutorado em Imunologia no ICB da UFMG, com sanduíche em imunologia na Austrália. Também cursou residências pós-doutorais em Genética e em Microbiologia, ambas na UFMG, e no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) na França.

Cláudia Amorim