Relação entre música e cidades é tema de jornada no Festival de Inverno
Serão dez horas de palestras e debates neste sábado, 21, sobre os universos musicais e a sua relação com os territórios urbanos
De uma cidade a outra, de um território a outro, a música está presente no cotidiano de nossa vida comum. Cria ambientes, relações, sensação de pertencimento. Provoca conflitos e mal-entendidos. Move profissões, crenças, gostos e afetos. É essa premissa que provoca a jornada de estudos do 50º Festival de Inverno da UFMG, intitulada À escuta de mundos possíveis: músicas, cenas, territórios.
O evento corre neste sábado, 21, a partir das 10h, no Conservatório UFMG, e será composto por exibição de documentário, mesa-redonda e dois painéis temáticos, nos quais serão abordadas as organizações sonoras em diferentes agrupamentos sociais, cenas e mundos da arte. A jornada é coordenada por Lúcia Campos, pós-doutoranda na Escola de Música da UFMG e professora na Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
“A jornada tem o objetivo de descortinar as pesquisas sobre música que vêm sendo realizadas em Belo Horizonte e abrir esses estudos para a comunidade. Por outro lado, o projeto visa aproximar a universidade e as cenas musicais e estabelecer diálogos e críticas tanto no âmbito das cenas musicais quanto no âmbito das políticas culturais”, pontua coordenadora, que fará a palestra de abertura do evento, às 10h.
O primeiro painel temático, intitulado Mundos da música, será composto por comunicações que apresentam abordagens etnográficas e históricas sobre a relação entre as músicas e as cidades, passando pela cena do metal nos anos 1980 e 1990 em Belo Horizonte, o novo sertanejo, o mundo do rap e a música contemporânea. Mais do que pensar quais são esses diferentes “mundos da arte” e suas estéticas específicas, os participantes do painel buscam perceber como as cenas dialogam entre si e quais reflexões críticas podem ser feitas acerca do papel da música no estabelecimento de cenas culturais.
À tarde, o segundo painel temático sediará discussões sobre a música no cotidiano e sua relação dinâmica com a vida social, capaz de evocar, estabilizar e mudar parâmetros de agência individual e coletiva. As pesquisas que serão apresentadas dão perspectivas sobre os usos e funções da música no cotidiano e a relação dela com o urbanismo, abordando os sentidos do fazer musical em um centro espírita, as práticas musicais do povo indígena Pataxó em escolas de Belo Horizonte e a relação entre organização sonora e sociabilidade. As comunicações desse painel terão início às 14h.
Às 16h, a mesa-redonda Música e cidade encerra os debates do evento. Ela contará com a participação de diferentes atores das cenas musicais de Belo Horizonte para discutir, entre outros assuntos, as políticas públicas culturais. O debate será mediado pela professora Lúcia Campos e contará com a participação de Brisa Marques, diretora artística da Rádio Inconfidência, Luísa Mitre, pianista e compositora, Luiz Henrique Assis Garcia, historiador e professor da Escola de Ciência da Informação, da UFMG Makely Ka, músico e compositor, Sandrine Teixido, antropóloga francesa que é doutora em ciências sociais e Stanley Levi, violonista e professor da UEMG.
Às 19h, a jornada de estudos – que assim como toda a programação artística e educacional do Festival, é gratuita – se encerrará com a exibição do documentário Territórios de invenção, de 2017. A exibição contará com a presença do diretor Pedro Aspahan.
Para receber certificado de participação na jornada, é necessário fazer uma inscrição prévia on-line, até o dia de hoje. A programação detalhada do Festival pode ser conferida no site do evento. Assista abaixo ao trailer do documentário que será exibido: