Sociedades contemporâneas não são sustentáveis, afirma pesquisador francês
Para Patrick Degeorges, solução não está na tecnologia, mas nas Humanidades
Nos últimos 50 anos, o ser humano alterou tão radicalmente sua relação com a Terra que acabou desencadeando processos que agora escapam ao seu controle. Essa é a constatação do diretor do currículo de Antropoceno (termo que designa o período atual da história do planeta) da École Normale Supérieure de Lyon, Patrick Degeorges, que participou da 2ª Conferência Internacional das Humanidades, realizada entre 9 e 11 de dezembro na UFMG.
E o cenário não parece promissor: apesar da urgência de mudanças estruturais no funcionamento das sociedades contemporâneas, o sistema político mundial não parece preparado para tomar decisões que terão impactos nos próximos milhares de anos. “A lógica dos mercados globais, do livre comércio, a primazia da economia sobre a política que temos nas nossas sociedades hoje, a sociedade de consumo. Todos esses elementos são na verdade insustentáveis”, afirma o pesquisador de Lyon.
Degeorges conversou com a TV UFMG sobre essas mudanças globais sem precedentes, a dificuldade do sistema político mundial de lidar com o problema e a importância das Humanidades para a construção de um caminho que, como ressalta o pesquisador, pode tirar a população mundial “do modo zumbi com o qual entendemos o mundo”. Assista:
Equipe: Luciana Julião (produção, reportagem e edição de conteúdo), Ângelo Araújo
(imagens) e Marcelo Duarte (edição de imagens)