Pesquisa e Inovação

Startup formada por professores do ICB é destaque em programa de aceleração de empresas da Biominas

O professor Rodolfo Giunchetti é um dos integrantes da equipe que desenvolve vacina terapêutica para cães
O professor Rodolfo Giunchetti é um dos integrantes da equipe que desenvolve vacina terapêutica para cães Alysson Lisboa/Simi

A startup da área das ciências biológicas Vet Solutions, que desenvolve vacina terapêutica para cães com leishmaniose visceral, foi classificada por júri especializado como a melhor entre as 15 empresas que participam do BioStartup Lab, programa de aceleração de empresas de base tecnológica desenvolvido pela Rede Biominas. A equipe é formada pelos professores Rodolfo Giunchetti e Walderez Ornelaz Dutra, ambos do ICB, pela pós-doutoranda Patrícia Silveira e pela professora do Uni-BH Denise da Silveira Lemos.

O estudo, pioneiro no mundo, utiliza proteína do próprio inseto flebótomo que transmite o protozoário, para interferir no seu ciclo biológico. A formulação busca causar desequilíbrio no inseto, provocando a diminuição do número de ovos e bloqueando a infecção em seu organismo, de modo a evitar que ele leve o parasito Leishmania chagasi a outros hospedeiros.

A intenção é que, ao se alimentar do sangue de um cão imunizado por essa vacina, o flebótomo ingira – além do próprio sangue e do parasito – anticorpos contra suas próprias proteínas. "Assim, mesmo doente, o cão com leishmaniose visceral não teria importância na transmissão desse protozoário e poderia ser submetido ao tratamento, sem causar impacto para a saúde pública", informou o professor Rodolfo Giunchetti, em matéria publicada pelo Boletim UFMG em maio deste ano.

Essa estratégia terapêutica pode evitar a eutanásia de cães infectados – procedimento adotado para evitar a transmissão da leishmaniose visceral canina –, uma vez que torna os animais incapazes de transmitir o protozoário causador da doença.

O programa

O BioStartup Lab é o único programa de pré-aceleração de startups de ciências da vida no Brasil, segundo a Biominas Brasil e o Sebrae Minas, executores da iniciativa. O programa recebeu mais de 450 inscrições, de empreendedores e pesquisadores de seis países, 14 estados brasileiros e de 64 instituições de ensino e pesquisa. Da primeira rodada foram selecionadas 21 equipes das áreas de saúde humana, agronegócio, meio ambiente e digital health.

Na segunda etapa, vencida pela Vet Solutions, os representantes das startups tiveram quatro minutos para expor seu modelo de negócios à banca de jurados, formada pelo presidente da Biominas, Eduardo Emrich, pelo analista analista de Tecnologia do Sebrae Flávio Baeta Moreira e pelo representante da Inseed Investimentos Pedro Drummond.

As 15 startups que seguem no programa
1) Vet solutions – Vacina terapêutica para cães com leishmaniose visceral
2) Nanobiotec – Soluções em nanotubo para agricultura
3) Biocorte – Fluidos para corte de materiais rígidos
4) Proteo – Alimento proteico funcional
5) 4Milk – Aplicativo para gestão de rebanho leiteiro
6) Foxlabs - Bracelete que mede a temperatura dos bebês com alerta visual 
7) Inifl8w - Identificação para fator 8 com foco em laboratórios de teste
8) EcoLeather - Transformação de resíduo do couro em novos produtos
9) Sistema Iara - Purificador de água em situações críticas
10) Labusiness - Combate e monitoramento de pragas agrícolas
11) Conect Horse - Aplicativo para gestão de cavalos de competição
12) Alamantec - Nanotecnologia para liberação de colírio para glaucoma
13) Open Hands - Sensor para próteses estéticas
14) Synbio - Sistema portátil para identificação de DNA
15) Triplex - Kit para diagnóstico da doença de Chagas

Com informações do SimiBH