Transporte público é uma das principais questões para a próxima gestão da Prefeitura de BH
Com a aproximação do primeiro turno, alguns assuntos de campanha ganham destaque. Um deles é a melhoria do transporte urbano
Em época de eleições, algumas discussões ficam mais aquecidas, já que são propostas específicas e de serviços essenciais que movimentam as campanhas, além, é claro, de ajudar na definição das opções de votos dos eleitores. O primeiro turno das eleições municipais é em 15 de novembro e, em Belo Horizonte, um dos principais assuntos é a melhoria no transporte público por ônibus.
Em 2016, Alexandre Kalil foi eleito com a promessa de abrir a "caixa-preta" da BHTrans, a empresa que gerencia as políticas de mobilidade e trânsito da capital mineira. Dois anos depois, em 2018, a prefeitura divulgou resultados de uma auditoria com empresas de ônibus e a análise considerou que a tarifa deveria ser R$ 6,35 nas linhas comuns de BH, que custavam R$ 4,05 na época. A forma como o estudo foi feito recebeu críticas de movimentos sociais e desde então apenas um reajusto foi feito. Hoje a passagem custa R$ 4,50.
Falando das empresas em si, a principal dificuldade é na relação entre poder público e privado, como destaca o pesquisador em mobilidade urbana André Veloso. Ele é economista, pesquisador do tema mobilidade urbana no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional , vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Cedeplar). "Existe uma questão, um problema muito grande no atual contrato, que ele reduziu muito o poder da BHTrans de coerção das empresas. Elas têm uma liberdade e um poder muito grandes", destaca.
Exemplo disso é a retirada dos cobradores das linhas municipais, que foi feita contra uma lei de 2012 que estabelece um número mínimo desses profissionais. Ainda de acordo com ele, o que precisa melhorar na próxima gestão é a criação de estratégias que permitam o controle efetivo do controle público.
André Veloso participou do programa Conexões e discutiu ainda outros temas importantes, como o aumento periódico das tarifas, a qualidade dos serviços prestados e os desafios em relação à pandemia. Ouça na íntegra: