Tratamento no Risoleta Neves salva vida de paciente com doença rara
Sintomas de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) apareceram após diagnóstico de covid-19
A plasmaférese é um procedimento de alta complexidade, consolidado há décadas, mas distante da realidade de vários serviços públicos e privados. É o que diz o nefrologista do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Willians Rodrigues, ao relatar o caso da paciente Crisleine de Souza, que, após o diagnóstico de covid-19, desenvolveu uma doença rara chamada Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT).
O tratamento, via Sistema Único de Saúde (SUS), envolveu uma equipe multidisciplinar. O quadro de saúde da paciente foi estabilizado após três sessões de plasmaférese.
A coordenadora do Setor de Nefrologia do Hospital, Camila Rodrigues, esclarece que o tratamento requer a filtragem do sangue por meio de um filtro específico e de uma máquina, que também faz hemodiálise, na qual o plasma é removido com os anticorpos e as substâncias características da doença. Além disso, o plasma reposto é proveniente de doadores. A enfermeira, que é graduada pela UFMG, salienta a importância da doação de sangue. Cada sessão de plasmaférese realizada no tratamento de Crisleine usou o sangue de 14 doadores.
Entenda o caso
Em 2019, durante o pré-natal do filho Samuel, Crisleine de Souza descobriu que o nível de suas plaquetas estava abaixo de 5 mil/mm3, enquanto o normal varia de 150 mil a 400 mil plaquetas/mm3. Diagnosticada com Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), ela recebeu o tratamento convencional da doença, que é feito com o uso de corticoides e estava gerando boa resposta.
Em 16 de dezembro de 2020, após apresentar sintomas gripais e manchas avermelhadas pelo corpo, Crisleine, que estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Venda Nova e foi transferida para o Hospital Risoleta Neves, foi diagnosticada com sintomas leves da covid-19. Depois da infecção pelo vírus Sars-CoV-2, ela desenvolveu Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), um distúrbio raro no qual muitos coágulos sanguíneos se formam de forma súbita por todo o corpo.
Atuaram no tratamento por plasmaférese no Hospital Risoleta Neves as equipes de Clínica Médica, Nefrologia e Hematologia, e os resultados foram positivos.
Equipe: Soraya Fideles (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)