UFMG colabora para desenvolver sistema de indicadores culturais de BH
Dirigentes e professores participam de seminário, no Conservatório, que apresenta e debate o projeto
A UFMG vai participar ativamente das ações relacionadas ao Sistema Municipal de Informações e Indicadores Culturais (SMIIC), iniciativa da Secretaria de Cultura de Belo Horizonte. Uma das vertentes dessa parceria, que se dá no escopo de acordo de cooperação recém-celebrado entre a Universidade e a pasta, é a construção de metodologia para o alcance de métricas eficientes para a economia da cultura.
Dirigentes e professores da UFMG participam, desde ontem (terça, 5), no Conservatório UFMG, de seminário para apresentação e discussão de temas correlatos ao SMIIC. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida compôs a mesa de abertura do evento, e o diretor de Ação Cultural, Fernando Mencarelli, acompanha as atividades. Hoje pela manhã, especialistas de Minas Gerais e outros estados debateram pesquisa e mapeamento na área e observatórios de políticas culturais.
De acordo com Mencarelli, o esforço de desenvolvimento do sistema tem status de prioridade na UFMG, interessada no assunto “não apenas porque a instituição integra o conjunto de equipamentos e iniciativas culturais na capital, mas também na medida em que se trata de ótima oportunidade de criar novas frentes de pesquisa em áreas diversas como ciência da informação, estatística e ciências sociais”. Técnicos da Diretoria de Ação Cultural já compõem grupos de trabalho montados para a elaboração do SMIIC.
A professora Ana Flávia Machado, professora da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, participa, agora à tarde, de mais discussões sobre indicadores da economia da cultura. Pesquisadora no campo da economia criativa, experiente em pesquisas de campo e utilização de bases de dados secundários, ela defende a importância de métricas para quantificar produção e consumo de cultura e o mercado de trabalho ligado ao setor.
“Diferentemente de outros setores, de produção tangível, a cultura é marcada por diversidade de manifestações e heterogeneidade de vínculos e formas de organização. Há iniciativas individuais e coletivas, patrocinadas por agente públicos ou por empresas”, comenta Ana Flávia. Ela acrescenta que, quando se pensa em consumo e fruição de bens culturais, é preciso considerar também a necessidade de garantir acesso a parcelas da população que não têm recursos sequer para o deslocamento até as áreas centrais. “Uma das formas de minimizar essa falta é levar as manifestações artísticas a novos espaços da cidade.”