UFMG integra rede focada na prevenção da covid-19 em consultórios odontológicos
Orientações são publicadas em perfil do Instagram; cerca de 80% dos cirurgiões dentistas brasileiros continuam trabalhando presencialmente
Pesquisa desenvolvida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) com 40 mil cirurgiões-dentistas, em meados do ano passado, revelou que 82% dos profissionais continuaram atendendo em seus consultórios durante a pandemia do novo coronavírus. Hoje, o país conta com cerca de 340 mil cirurgiões-dentistas aptos a exercer a profissão, e, visando garantir a segurança desses atendimentos, um grupo de professores e estudantes de 18 universidades brasileiras mantém, desde abril deste ano, um projeto de divulgação científica dedicado a esses profissionais.
“Nossa intenção é prestar informação de qualidade a esse público para que os profissionais possam continuar os atendimentos odontológicos sem pôr em risco a saúde deles e a dos pacientes”, explica a professora Ana Cristina Borges de Oliveira, do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Chamado de Rede Odonto Covid, o projeto promove a divulgação de informações relacionadas ao Sars-CoV-2 por meio do perfil @redeodontocovid no Instagram. A ideia surgiu quando a professora Karen Lopez Ortega, da Universidade de São Paulo (USP), sentiu necessidade de que informações técnicas corretas a respeito da prevenção da doença chegassem aos profissionais de odontologia na prática clínica.
A cada semana, uma das universidades envolvidas assume o perfil do projeto no Instagram e publica conteúdos relacionados à pandemia. Entre diversos temas, o grupo abordou o uso, armazenamento e a reutização das máscaras N95 e PFF2, os tipos de vacinas já desenvolvidos, os métodos de desinfecção dos consultórios odontológicos e as manifestações bucais da covid-19. Segundo a professora Ana Cristina, as informações ajudam a combater a insegurança dos profissionais que seguem atuando na área.
“O consultório odontológico é um ambiente muito propício para a contaminação pelo Sars-CoV-2, pois o paciente fica de boca aberta, com sua saliva à mostra, e o uso do 'motorzinho' pode gerar contaminação do dentista via aerossol, por exemplo. Percebemos a insegurança e o medo dos profissionais, que, muitas vezes, não sabem como se proteger e como proteger o paciente”, afirma.
A professora acrescenta que a recepção do trabalho de divulgação científica tem sido muito positiva, e hoje a página do projeto no Instagram tem mais de dois mil seguidores. Além da professora Ana Cristina, o Rede Odonto Covid conta, na UFMG, com o trabalho da doutoranda em Patologia Bucal Lenir Veronica de Oliveira Silva e da bolsista de iniciação científica Letícia Veloso de Freitas.