Extensão

UFMG propõe medidas para garantir direitos de populações mais vulneráveis à pandemia

Nota é assinada por grupos, programas e projetos que atuam na promoção e defesa dos direitos humanos

Oficina promovida pelo Grupo Praxis, um dos signatários do documento, em escola de Belo Horizonte antes da pandemia
Oficina promovida pelo Grupo Praxis, um dos signatários do documento, em escola de Belo Horizonte antes da pandemia Redes sociais do Grupo Praxis

A Rede de Direitos Humanos da UFMG divulgou, nesta sexta-feira, 17, nota em que propõe uma série de recomendações para adoção de medidas concretas e emergenciais para reduzir os efeitos sanitários, sociais, econômicos, psicológicos da Covid-19 sobre a população em situação de vulnerabilidade ou mais exposta a riscos. 

Grupos, programas e projetos de pesquisa e extensão em direitos humanos de diversas áreas da Universidade são signatários do documento, que é direcionado ao poder público, aos representantes de políticas públicas e à sociedade em geral. Eles defendem a adoção de conjunto de medidas para reduzir os efeitos sobre as pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, trabalhadores informais e rurais, moradores de ruas, vilas, favelas, ocupações e assentamentos, negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, população LGBTQI+, pessoas com deficiência e em tratamento psiquiátrico e terapêutico. “A omissão em relação às ações e o atraso na tomada de decisões que priorizem essas populações poderão ter efeitos irrecuperáveis”, alerta o documento.

A Rede de Direitos Humanos UFMG recomenda que sejam tomadas medidas para possibilitar o acesso irrestrito da população a informações claras, científicas e oficiais, aos meios de obtenção do auxílio financeiro emergencial do governo federal, às condições de permanecer, pelo tempo necessário, em isolamento social horizontal. Também sugere ações necessárias para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Proteção
“Ao reivindicar uma atenção e indicar grupos e situações que necessitam urgentemente de proteção, o documento reafirma que o único caminho é tentar abarcar todas as pessoas e construir condições para que elas se protejam da pandemia e tenham possibilidades de proteção social, sobretudo de trabalho e renda", avalia a professora Carolyne Barros, do Departamento de Psicologia da Fafich e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos da UFMG.

As medidas sugeridas incluem a atenção e proteção à saúde mental em razão do sofrimento causado pelo isolamento social, garantia de saúde e direitos aos trabalhadores de saúde e dos demais serviços essenciais e ampliação do financiamento para pesquisas em diversas áreas do conhecimento, em especial as desenvolvidas nas universidades e institutos públicos.

Segundo a pró-reitora de Extensão da UFMG e coordenadora da Rede de Direitos Humanos, Claudia Mayorga, a busca de soluções para a crise passa pelo entendimento de seus efeitos. “Essa busca envolve uma compreensão sobre os efeitos de diversas ordens da pandemia e a adoção de medidas e políticas que não acirrem as desigualdades, mas que levem em conta as dimensões das pessoas – sua saúde física e mental – e a dimensão estrutural”, afirma a professora. 

Norte de Minas
A UFMG é signatária de outro documento, formulado por 18 entidades reunidas no Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas, que também propõe medidas para proteger agricultores familiares e comunidades tradicionais da região. 

Com Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão