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Pandemia pode aumentar casamento infantil, alerta Unicef

Falta de escolaridade e questão socioeconômica são os principais agentes do aumento do casamento de crianças no mundo

Na última década, a proporção de mulheres que se casaram antes dos 18 anos caiu de 1 em cada 4 para 1 em cada 5
Na última década, a proporção de mulheres que se casaram antes dos 18 anos caiu de 1 em cada 4 para 1 em cada 5 Reprodução / Pexels

Neste ano, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizou um estudo que demonstra o cenário de pandemia como enorme ameaça ao progresso contra o casamento infantil. Mesmo antes de 2020, 100 milhões de meninas corriam o risco de sujeição ao matrimônio antes dos 18 anos. De acordo com a organização, a crise sanitária pode aumentar esse número em até 10 milhões. O tema é uma preocupação central para diversas entidades de proteção aos direitos das crianças, principalmente no Brasil. O país ocupa a quarta posição no ranking global de casos de casamento infantil. 

O programa Conexões desta segunda-feira, 9, tratou desse assunto em entrevista com a professora Simone Malucelli, titular de Direito das Famílias da Escola de Direito da PUC Paraná. Durante a conversa com a jornalista Luíza Glória, a professora explicou de que maneira a pandemia influenciou no quadro de casamento infantil, como esse tipo de união se manifesta no Brasil e de que formas a questão de gênero influencia esse problema. 

“Nossa cultura, inclusive jurídica, é tão tóxica que, em 2019, nós proibimos casamentos civis formais de menores de 16 anos. De meninas, especialmente. É um ganho sob o ponto de vista de como estamos ainda muito aquém”, explicou.

Ouça a entrevista no SoundCloud.

Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael