Violência contra a juventude negra é tema de entrevista na UFMG Educativa
Sociólogo Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, professor da FaE, falou com a produção do programa Conexões
Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, foi morto no dia 20 de junho, vítima de uma bala perdida, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. O adolescente esperava uma trégua no tiroteio que acontecia perto de sua casa, para poder ir para a escola, quando foi atingido na barriga por um tiro que, de acordo com testemunhas, foi disparado de dentro de um carro blindado da polícia.
A imagem do uniforme cheio de sangue do adolescente circulou pelas redes sociais e estimulou uma discussão sobre a violência contras as juventudes negras no Brasil.
O jovem negro, de acordo com o Atlas da Violência, tem 2,5 vezes mais chances de ser assassinado no país. E o mais chocante ainda: a cada 23 minutos, um jovem negro é morto. Esses números assustam, e a cada dia lemos e assistimos a notícias como a do caso envolvendo Marcos Vinicius.
A violência sofrida por essa parcela da população afeta diretamente seu acesso à educação e o desempenho escolar.
Na data em que se comemora não apenas o Dia Nacional da Consciência Negra, mas também o Dia Mundial da Criança, a produção do programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, conversou com o sociólogo Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, professor da Faculdade de Educação da UFMG, sobre a educação na infância e adolescência de pessoas negras.
O Atlas da Violência é publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e reúne dados sobre a violência no Brasil. O professor Luiz Alberto Oliveira Gonçalves organizou, com Sandra Pereira Tosta, o livro A síndrome do medo contemporâneo e a violência na escola, publicado pela Editora Autêntica.