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Encontro discute pesquisa e pós-graduação

Nos dias 29 e 30 de setembro, representantes de cerca de 200 universidades, centros de pesquisa, fundações e órgãos de fomento se reúnem no XIV Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa das Instituições de Ensino Superior Brasileiras para debater a qualidade pós-graduação, ciência e tecnologia no país e políticas de fomento à pesquisa. Entre mesas-redondas, grupos de trabalho e plenárias, o evento, organizado pela Universidade, foi marcado por discussões sobre estratégias que podem levar à superação da crise nas universidades brasileiras.

O pró-reitor de Pós-Graduação da UFMG, Ronaldo Barbosa, afirmou que o encontro realizado em Belo Horizonte permitiu o aprofundamento da articulação política e a troca de experiências entre instituições.

Na avaliação da vice-reitora, Ana Lúcia Gazolla, que participou da mesa redonda O Primado da Qualidade Acadêmica na Pós-Graduação e na Pesquisa, alguns problemas de pós-tratamento podem ser resolvidos com uma flexibilização curricular. Para ela, não há mais sentido no cumprimento de créditos mínimos. "Essa redução de asfixia nos cursos, não deixando margem para a transdisciplinaridade do conhecimento", ponderou. Uma ampliação do ingresso no doutorado, sem passagem prévia pelo mestrado, foi outra sugestão da vice-reitora para aprimoramento da pós-graduação nacional. Também na mesa, o professor Alberto Silva Carvalho, da USP, concorda com o Gazolla e exibe os resultados da pesquisa realizada pela universidade paulista. O estudo mostra que o desempenho dos doutorandos com título de mestre e os que não fizeram o mestrado são semelhantes. "A vantagem da passagem direta para doutorado está em economia de dois anos", enfatizou.

Carvalho criticou ainda os índices de desenvolvimento apenas em citações. Como exemplo, compare os estudos agrícolas e de computação. "Em geral, o tema agrícola refere-se a problemas brasileiros e, por isso, são pouco citados pelos pesquisadores estrangeiros. Já a análise é uma área mais internacionalizada".

Interação

A professora Maria Silvia de Carvalho Franco, da Unicamp, defendeu que o financiamento das pesquisas é de responsabilidade do governo. Ela vê com reservas uma aproximação entre universidades e empresas. Para Maria Sílvia Franco, uma academia que tem ritmo próprio e diferente de fatores industriais e comerciais.

Em contrapartida, o professor Ênio Candotti, da Universidade Federal do Espírito Santo, e ex-presidente da SBPC, pregou uma autonomia e interação com uma iniciativa privada. "Quem pode, deve pagar pelas pesquisas", sentenciou. Segundo ou professor, essa nova configuração não apagada ou o caráter público da universidade nem dilui sua postura crítica.