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Professores da UFMG conquistam prêmio de cinema em Brasília

A Hora Vagabunda, filme do professor de cinema da Escola de Belas-Artes (EBA), Rafael Conde, conquistou o Candango de melhor ator (André Vidal) e o prêmio da crítica como melhor filme de curta-metragem 35mm do 31º Festival de Brasília, encerrado na semana passado. A diretora de produção é a professora Patrícia Moran, do departamento de Comunicação Social, da Fafich e o responsável pela montagem é o professor de cinema José Tavares de Barros, da EBA.

O filme dirigido por Conde ganhou prêmios desde o seu lançamento. Foi eleito pelo júri popular como um dos dez melhores da 9ª Mostra Internacional de Curtas de São Paulo, entre as 65 produções brasileiras, e recebeu os prêmios Aquisição Canal Brasil e o Aquisição Estação Unibanco de Cinema. Roteirista e diretor, Rafael Conde acumula outras conquistas em edições anteriores do Festival de Brasília. Ele ganhou o Candango de melhor diretor Musika, em 1989, e também o de melhor direção, roteiro e ator com O Ex-Mágico da Taverna Minhota, em 1996.

A Hora Vagabunda faz várias referências aos textos de Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade. O próprio título é tirado de um verso do poeta de Itabira: "A hora vagabunda, a hora do cinema". O curta narra a história de um jovem, interpretado por André Vidal, em conflito com sua arte. Como muitos artistas em Minas Gerais, ele se vê obrigado a "ultrapassar as montanhas" e seguir para o eixo Rio-São Paulo em busca do sucesso. Um dos destaques do filme é a locução de Misael, da Rádio Favela de Belo Horizonte. "Foi legal contrapor a favela ao universo do filme, que é de classe média", conta Rafael.

Longa

Outro mineiro, Helvécio Ratton, levou o Candango principal do Festival. Seu longa, Amor & Cia, foi escolhido como melhor filme e Patrícia Pillar levou o prêmio de melhor atriz. Para Ratton, os prêmios conquistados por seu filme e pelo de Rafael Conde comprovam a qualidade das produções mineiras. "Pena que o nosso cinema continue atravessando dificuldades", lamenta, ao lembrar que há três anos Minas Gerais não produzia um longa. O último foi O Menino Maluquinho, também dirigido pelo cineasta.

Apesar de premiado no Festival de Brasília, o cineasta não poupou críticas ao júri do evento, que inovou ao criar as categorias de melhor letreiro inicial e de melhor colagem antropofágica. "Foi ridículo. Ou o júri quis ser mais criativo que os cineatas, ou beneficiar algum filme que não levaria os prêmios convencionais", disse Ratton ao Boletim. Ele considera que o melhor seria criar categorias de roteiro, fotografia e montagem, como em qualquer festival. A estréia nacional de Amor & Cia está prevista para 6 de novembro.

Alexandra Leite