UFMG já tem proposta de autonomia

Flexibilização curricular dará mais autonomia ao aluno de graduação

Carga horária elevada, excesso de aulas expositivas, currículos fechados, programas fragmentados, tudo isso pode acabar em breve com a implementação do projeto de flexibilização curricular elaborado em 1997 pela Câmara de Graduação da UFMG. O projeto, que está sendo examinado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, foi tema de uma palestra do pró-reitor de Graduação, professor José Nagib Cotrim Árabe, na abertura da II Semana de Graduação, realizada entre 30 de novembro e 4 de dezembro. 

A flexibilização curricular, segundo o pró-reitor, vai permitir que o aluno trilhe caminhos próprios dentro da Universidade. Nagib Cotrim observa que o ensino universitário obedece hoje a um currículo muito rígido e mais centrado no professor do que no estudante. "Muitas vezes o professor sabe como ministrar a disciplina, mas não sabe como ela se insere no curso do aluno", diz.

Liberdade de opção

A flexibilização defendida pelo pró-reitor prevê dois eixos de mudanças. Um, que ele chama de horizontal, contempla a possibilidade de novas formas de integralização de créditos. Outro, o vertical, altera a estrutura dos cursos tendo em vista aumentar a margem de opções do aluno numa determinada área de conhecimento. 

Com a flexibilização horizontal, atividades como seminários, iniciação à ciência e à docência, estágios e participação em eventos científicos passam a contar créditos para o aluno. "Imediatamente após a aprovação da proposta de flexibilização pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, os colegiados de curso poderão propor outras atividades para valer créditos além das disciplinas", informa o pró-reitor. 

A flexibilização vertical vai permitir que os cursos de graduação tenham um núcleo específico para o saber característico de uma determinada área de atuação. De acordo com o pró-reitor, essa modalidade de flexibilização vai possibilitar também uma formação complementar, a ser definida pelo colegiado de cada curso. "O estudante terá a liberdade de optar, a partir de seus desejos particulares, e poderá definir as disciplinas que irá cursar em qualquer curso da UFMG", diz o professor Nagib. 

No cenário da flexibilização, haverá também uma redefinição do papel do professor, que deverá incorporar às suas atribuições a atividade de orientação do aluno.