UFMG tem programa de ação ambiental

UFMG e CDTN criam pólo de pesquisas industriais

Um novo pólo de pesquisa para a indústria está surgindo na UFMG. É o Laboratório de Microanálises, formado em parceria pelos departamentos de Física, Geologia e Química da UFMG e pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Para analisar componentes de produtos industriais, o laboratório conta com dois equipamentos de última geração: uma microssonda e um microscópio eletrônico. 

A microssonda realiza uma análise minuciosa, que detecta com precisão a quantidade e a localização de cada elemento químico do produto analisado, além de suas propriedades físicas e químicas. Com exceção do hidrogênio, lítio e hélio, todos os elementos são lidos pelo aparelho. 

A análise feita pelo microscópio eletrônico é semelhante, mas o nível de detalhamento não é tão grande. "A vantagem é o tempo gasto no processo", diz o coordenador geral do Laboratório, professor Abá Cohen Persiano. Enquanto a microssonda leva alguns minutos em cada análise, o microscópio realiza a tarefa em nano-segundos (ou bilionésimos de segundo). 

Para medir os elementos de cada amostra, a microssonda utiliza feixes magnético e eletrônico, de raio-X e de elétrons. O equipamento aumenta a visualização em até 10 mil vezes, permitindo ao usuário contar átomos, um a um. "Ele possui um nível de detalhamento e precisão jamais visto em outros equipamentos", observa o professor. 

Tamanha precisão na análise dos materiais permite o aprimoramento dos produtos industriais. "A microssonda mostra com exatidão a quantidade de cada componente de um ímã. Assim, futuramente, será possível desenvolver ímãs permanentes, mais fortes ou mais fracos", exemplifica Abá.

Aplicações 

O equipamento facilita estudos em diversas áreas, entre elas a de super-condutores, de Biometalurgia, Gemologia, Geocronologia, Petrologia e Engenharia Nuclear. Os resultados, segundo o coordenador, podem ser aproveitados por empresas de todos os setores, da mineração à indústria automobilística. 

Toda essa tecnologia custa caro, mas o investimento de R$ 700 mil, financiado pela Fapemig, começa a dar resultado. Em apenas dois meses de funcionamento, o Laboratório já recebeu propostas de trabalho dos centros de pesquisas da Petrobrás e da Vale do Rio Doce. "Esse é apenas o início de um novo pólo de pesquisa que começa a surgir na UFMG", prevê Abá Persiano.

Cibelle Bouças