Universidade reforça campanha de combate à dengue

Mutirão retoma campanha de combate à dengue na Universidade

Iniciativa pretende mobilizar comunidade acadêmica para combater os focos do mosquito

UFMG programou para quinta-feira, dia 4 de fevereiro, um grande mutirão de identificação e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, nos campi da Pampulha e da Saúde. A mobilização marca a retomada da campanha UFMG contra a dengue, lançada no ano passado. O mutirão vai recolher os chamados lixos da doença - recipientes que acumulam água, como copos de plástico, tampas e garrafas. 

"É necessário mobilizar toda a comunidade para a prevenção da dengue", alerta o coordenador de Assuntos Comunitários, Ronan Gontijo e integrante do comitê UFMG contra a dengue. Também estão engajados na campanha o DCE, a Apubh e o Sindifes . 

Outra novidade será o lançamento da linha Disque dengue (499-4360). Umberto Eustáquio dos Reis, técnico em Segurança do Trabalho do Departamento de Serviços Gerais (DSG) e um dos coordenadores da campanha, explica que o número não ficará disponível para informar sobre a doença: "Ele será apenas um meio de informação sobre a existência dos focos". 

Durante a campanha estará funcionando um comitê de assistência médica no Hospital das Clínicas, que oferecerá tratamento aos doentes e apoio laboratorial para a detecção dos vírus.

Treinamento

As diretrizes da campanha são de responsabilidade do comitê de combate à dengue, formado pelo reitor Sá Barreto em março de 1998. Por determinação do reitor, as ações no campus serão agora executadas em conjunto pela Pró-Reitoria de Administração, Diretoria de Divulgação e Comunicação, Coordenadoria de Assuntos Comunitários e DSG. Nove agentes da Prefeitura de Belo Horizonte participarão da campanha. 

Equipes do DSG aprenderão a eliminar os focos do mosquito através de treinamento que começará a ser oferecido ainda este mês. O aprendizado incluirá informações sobre a doença, métodos de prevenção e formas de combate ao vetor. Serão treinados cerca de 300 funcionários, que estarão aptos a começar o trabalho no início de fevereiro. 

Os estudantes de Medicina e Enfermagem receberão treinamento especial. O comitê realizará o 1º Curso de Introdução à Dengue, no qual será dado noções de classificação, quadro clínico e tratamento da doença.

                                                            Onde mora o perigo

O Instituto de Ciências Biológicas é a unidade da UFMG que possui o maior número de focos do Aedes aegypti. Além do ICB, há pelo menos outros 13 locais bastante propícios à proliferação do mosquito transmissor da dengue, segundo o levantamento da Prefeitura. Confira.

 

Centro de Pesquisas de Hidrologia (próximo ao CDTN)

Galpão do Fósforo (próximo ao CDTN)

Instituto de Geociências

Engenharia Mecânica

Engenharia Eletro-Eletrônica

Centro Pedagógico

Escola de Veterinária

Horto (atrás do DSG)

Oficina de Eletrônica

Departamento de Material e Patrimônio (DMP)

Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

Escola de Educação Física

Obra da Faculdade de Odontologia 

Campus é reduto do Aedes

O campus da Pampulha é um dos locais em Belo Horizonte que mantém elevadas concentrações de focos do mosquito. É o que revela a 4ª Pesquisa Larvária da UFMG, desenvolvida pela Prefeitura. O levantamento mostra que, de cada 100 locais, 33 possuem focos do mosquito. De acordo com a Fundação Nacional de Saúde, um índice acima de 1,1 para 100 pontos já é considerado propício a uma epidemia da doença. 

Apesar das inúmeras ações de combate ao mosquito e das várias fontes de informação sobre a dengue existentes na Universidade - como folders, cartilhas e um link permanente na home page da Faculdade de Medicina (http://www.medicina.ufmg.br/spt/dengue) - o campus da Pampulha, por suas características, é um dos locais mais infestados pelo Aedes aegypti em Belo Horizonte. A professora Elizabeth França, da Faculdade de Medicina, salienta que a própria estrutura física do campus contribui para esta situação. "A área concentra muitos focos naturais, como árvores ocas e pequenas lagoas, e grande número de construções, que favorecem o acúmulo de água parada", diz a professora. Outra causa, segundo Elizabeth França, são os hábitos inadequados da comunidade universitária em relação ao lixo.

Cibelle Bouças