Universidade reforça campanha de combate à dengue

Professor da Escola de Veterinária prega revolução humana

Novo livro analisa as razões do subdesenvolvimento no Terceiro Mundo

É dolorosa esta necessidade de repetir, monotonamente, a cada hora, que a maior riqueza de uma nação é o homem (...) Ela está fatalmente destinada à decadência, quaisquer que sejam os tesouros que encerre, quando o homem que a habita não os merece". A epígrafe, de Miguel Couto, revela a base da teoria defendida no livro O Terceiro Mundo não é assim: Está assim!, escrito pelo professor da Escola de Veterinária José de Alencar Carneiro Viana.

A obra, que levou cerca de 10 anos para ser concluída, analisa o subdesenvolvimento no Brasil e em outros países do chamado Terceiro Mundo. "Fiquei impressionado com os custos que pagamos pela condição de subdesenvolvidos", diz o autor, que sintetizou em 689 páginas o resultado de suas pesquisas sobre a influência de fatores geográficos, climáticos e históricos na evolução de vários países. 

"Enquanto os países subdesenvolvidos investem 49 dólares na educação de cada habitante, os desenvolvidos destinam 828 dólares para o mesmo fim", exemplifica o professor Viana. Saúde, educação, nutrição, disponibilidade de alimentos, doenças, índices de mortalidade, cultura e meios de comunicação foram tomados pelo professor como critérios indicadores de desenvolvimento. Ao se deter nas causas das discrepâncias entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, Viana mostra ao leitor 167 tabelas e 27 mapas e ilustrações comparativas. 

A solução dos problemas do subdesenvolvimento, segundo o professor, está nas mãos dos povos do Terceiro Mundo. Por isso, ele os incentiva a realizar o que chama de "revolução humana". "O homem está na base de tudo. Se o Brasil e outros países quiserem, podem reagir", diz. 

O lançamento do livro será no próximo dia 4, às 17h30min, no mezanino do restaurante da Praça de Serviços. 

Autor dirigiu antiga Comissão de Planejamento

José de Alencar Carneiro Viana tem 81 anos e há 46 é professor da UFMG. Entre 1964 e 1965, foi o primeiro diretor executivo da Comissão de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG, precursora da atual Pró-Reitoria de Planejamento. Viana também dirigiu a Escola de Veterinária, entre 1966 e 1971. Em sua gestão, foi criado o curso de pós-graduação da Escola. Há dois anos, recebeu o título de Membro Titular da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.

Priscila Cirino