Veterinária venderá produtos da Fazenda no campus Pampulha
Consumidor terá acesso direto à produção de ovos, leite e derivados
O equilíbrio entre a viabilidade econômica e o bem-estar dos bancos é a principal lição que os futuros veterinários recebem na Fazenda Professor Experimental Hélio Barbosa, da UFMG. A 52 milhas do campus Pampulha, no município de Igarapé, uma fazenda abriga, em seus 250 hectares, pesquisa nas áreas de agricultura de postura comercial, apicultura, bovinocultura de leite, cunicultura (criação de coelhos) para corte, suinocultura industrial e piscicultura, além de eqüinos e bovinos usam aulas práticas.
"A Veterinária também é uma ciência econômica", afirma o professor Israel José da Silva, diretor de fazendas da Universidade, lembrando que a produção é uma área de destaque na Escola de Veterinária. "A Fazenda é fundamental para ensinar aos nossos alunos que o veterinário atua dentro de um sistema produtivo que exige uma análise de custo / benefício em todos os seus procedimentos", acrescenta ele.
A Fazenda está sendo preparada para beneficiários com mil litros de leite que produz por dia. O equipamento, já adquirido pela Pró-Reitoria de Graduação, permitido o empacotamento de leite e a produção de doce ,iograma e queijos. Como todo administrador rural, o professor Israel Silva precisa conciliar os custos de produção com os produtos de marketing e está estudando as estratégias para escoar os produtos, que também usa ovos, carne de coelho e porco. A abertura, em agosto, de uma loja na Praça de Serviços facilitará a comercialização, evitando atravessadores. O projeto está sendo elaborado pela Escola de Veterinária, com o apoio da Pró-Reitoria de Planejamento.
Além da Fazenda de Igarapé voltada para a produção Israel Silva dirige a Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, cedida à Universidade pelo Ministério da Agricultura, e especializada em pesquisas nas áreas de reprodução de eqüinos, sanidade e prevenção de doenças, além de produzir cerca de 900 litros de leite por dia, comercializados na Cooperativa de Pedro Leopoldo.
Pesquisas
Em aulas práticas diárias ou em plantões de final de semana, os alunos de graduação tomam contato com os vários aspectos da criação de animais. Em todas as áreas, o principal objetivo da fazenda é melhorar a interface do estudante com o setor produtivo. A Fazenda também é utilizada para a implementação de pesquisas de docentes e alunos de pós-graduação da Escola. Nas pesquisas que exigem estudos de rebanhos maiores, são feitas parcerias com empresas privadas. "Na suinocultura, por exemplo, orientei recentemente uma aluna que precisava estudar aspectos relacionados ao início da gestação em cem fêmeas, mas nosso rebanho atual está projetado para apenas 40 matrizes", conta o professor. Por isso, a pesquisa foi realizada em uma empresa do setor.
A produção do alimento para os animais é também campo de pesquisa, através das práticas modernas de manejo de pastagem e da fabricação de rações. "Compramos os ingredientes e elaboramos 15 tipos de ração, apropriados a cada rebanho e às diversas fases, como crescimento e engorda", explica o professor. Além da ração, o rebanho bovino alimenta-se através do sistema de pastoreio rotacionado (revezamento de piquetes) e de silagem, produzida no local, a partir de milho e capim. A plantação experimental de girassol dá suporte a uma pesquisa de pós-graduação em alimentação de bovinocultura de leite. Aspesquisas da área de prevenção e sanidade são conduzidas na Fazenda de Pedro Leopoldo.
Extensão
Na área de extensão universitária, são oferecidos cursos de educação continuada para profissionais que estão no mercado, além de treinamentos específicos para trabalhadores rurais, técnicos agrícolas, proprietários e gerentes de fazenda e alunos de outras escolas de Veterinária. O curso de inseminação artificial em bovinos, por exemplo, acontece duas vezes por mês. Com 40 horas/aula, forma anualmente cerca de 240 alunos. A Fazenda também recebe visitas monitoradas de alunos de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte.
A produção da fazenda de Igarapé
Avicultura: Quatorze mil matrizes de duas linhagens: Nick shic e Lohmann brown. Produção diária média de 14 mil ovos.
Cunicultura: coelhos das linhagens Califórnia e Nova Zelândia. Cerca de 200 coelhos, com aproximadamente dois quilos, são abatidos por mês. A Fazenda também fornece animais para laboratórios da UFMG e para produção de soros inoculação com fins diagnósticos. A pele é vendida para artesanato.
Suinocultura: o rebanho, projetado para atingir 40 matrizes, é composto de fêmeas da raça Large White e um reprodutor da raça Landrás. Cerca de 40 animais de cem quilos são vendidos por mês.
Apicultura: as dez colméias instaladas aproveitam as floradas silvestres da região.