Escola integrada envolve alunos da UFMG

Seminário na FaE discute práticas de inclusão social

Evento é promovido por grupo de pesquisa que segue a linha do pensamento complexo

 

O pensamento complexo, novo paradigma que substitui a análise positivista dos fenômenos e os encara como inseridos numa complexa rede de causas, vem gerando práticas de inclusão em diversas áreas do conhecimento.

 

Alguns exemplos de experiências alternativas no campo da educação, elaboradas com base no conhecimento construído em redes, serão discutidos durante o seminário Novos paradigmas e educação: possibilidade teórico-metodológica para uma prática inclusiva, que a Faculdade de Educação (FaE) realiza nos dias 25 e 26 de abril.

 

Organizado pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa do Pensamento Complexo (Neppcom), o evento é aberto à participação de pesquisadores, estudantes e profissionais do ensino, e de pessoas que atuam com trabalho comunitário, movimentos sociais e experiências alternativas em educação. Além de convidados de reconhecimento internacional, como o professor Pedro Demo, da UnB, o seminário contará com oficinas e apresentação de casos, que discutirão temas como inclusão de portadores de necessidades especiais, bioenergética e Teoria do Caos.

Sediado na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, o Núcleo de Estudo e Pesquisa do Pensamento Complexo (Neppcom) reúne pesquisadores de diversas instituições do país. Seu objetivo é “contribuir com a formação do educador ao promover apoio à reflexão sobre temas da complexidade, na perspectiva do resgate do sujeito e da sua subjetividade”, explica a coordenadora, professora Conceição Xavier.

Segundo a coordenadora do Neppcom e do seminário, professora Conceição Clarete Xavier, ao encarar os fenômenos de forma diversa da análise positivista de causa-efeito, o pensamento complexo se articula naturalmente com práticas de inclusão, estimulando discussões sobre temas como gênero, raça e portadores de necessidades especiais. Outra característica dessa linha é a abordagem da subjetividade, em contraposição à objetividade do positivismo.

Debates

 

O seminário começa na manhã da quarta-feira, 25, com a conferência Questionamento enquanto ponto de partida para a construção do conhecimento, proferida pelo professor Pedro Demo (UnB), seguida por debate coordenado pelo professor Walter Ernesto Ude Marques (UFMG). No início da tarde, haverá apresentação dos trabalhos inscritos e, de 17 às 19h, Pedro Demo participa de debate promovido especialmente para alunos da pós-graduação, mas aberto a todos os interessados, com o tema Metodologia de pesquisa e complexidade.

 

À noite, haverá programação cultural, com o show Musicura, com a cantora Rita Silva e banda, além de recital poético, com Virgilene e Rogério Salgado, e contação de histórias. Durante todo o evento, haverá exposição de mandalas, da artista plástica Rúbia Dantês.

 

No dia 26, as discussões prosseguem com palestra e debate sobre a Teoria do Caos e suas implicações para a educação, com os professores Vera Menezes e Gildo Scalco, ambos da UFMG, e Maria do Rosário Silveira Porto (USP). À tarde acontecem as oficinas, com duas horas de duração, e apresentação de trabalhos de pesquisadores convidados pelo Neppcom. Às 17h, o evento será encerrado com a palestra Complexidade e Transdisciplinaridade, proferida pelo professor Paulo Margutthi (UFMG).

Oficinas

 

Assim como as comunicações, as oficinas também têm por objetivo mostrar experiências alternativas no campo da educação por meio do conhecimento construído em redes e suas possibilidades teórico-metodológicas. Conceição Xavier cita como exemplo a oficina Mandalas – construção do conhecimento interdisciplinar, que propõe o trabalho no ensino de matemática, artes, educação religiosa e português, com a utilização de mandalas.

 

Já a oficina Educação, escola e socioambientalismo discute a composição do currículo necessário “à formação do sujeito em todas as suas dimensões (cognitiva, cultural, afetiva, corporal)” e propõe incluir como objetos de estudo disciplinas como ecologia, socioambientalismo e agroecologia, o que sugere “um caminho alternativo para assentamentos humanos sustentáveis”. Ao lembrar que o papel da educação “vai além da instrução”, os coordenadores da oficina ressaltam que “não faz sentido um currículo baseado em disciplinas isoladas, desvinculadas da realidade dos educandos e da comunidade”. Também serão oferecidas as oficinas Modalidade estudo de caso e Vivência de bioenergética.

 

As inscrições para as oficinas podem ser feitas durante o credenciamento, na manhã do dia 25. A programação com as oficinas e apresentação de trabalhos pode ser consultada na página www.fae.ufmg.br/neppcom. Mais informações pelo telefone (31) 3499-6360.

 

Ana Rita Araújo