Escola integrada envolve alunos da UFMG

Um banho de escola

Escola Integrada envolve alunos da UFMG na realização de oficinas extra-turno para alunos do ensino fundamental de BH

 

A partir desta segunda-feira, dia 16, alunos da rede municipal de Belo Horizonte vão permanecer mais tempo na escola. Começou, em 29 escolas públicas da capital, o programa Escola Integrada, desenvolvido pela Prefeitura em parceria com instituições de ensino superior da capital mineira. O objetivo é oferecer atividades extra-turno aos alunos do ensino fundamental, como acompanhamento pedagógico do dever de casa e oficinas de esporte e arte, mantendo-os na escola cerca de nove horas por dia.

Na UFMG, o programa é coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex). A Universidade oferece, de acordo com as demandas das escolas, oficinas coordenadas por professores e técnicos e realizadas por alunos bolsistas dos cursos de graduação, que contam também com o apoio de um professor comunitário local. “Serão quatro tipos de oficinas, classificadas de acordo com sua duração. As pontuais duram de duas a quatro horas e consistem em visitas a eventos e exposições. As oficinas de curta duração são realizadas em um mês; as de média duração, desenvolvidas ao longo do semestre; e as de longa duração acompanharão todo o ano letivo”, explica Marília Barcellos Guimarães, que integra a Coordenadoria de Saúde e Educação da Proex.

No ano passado, foi realizada experiência-piloto, com duração de dois meses, que envolveu 57 bolsistas da UFMG, orientados por 15 professores da Universidade, além dos professores comunitários, designados pelos escolas para operacionalizar o programa. A iniciativa beneficiou cerca de 1.200 crianças de sete escolas. Até o fim de 2007, a expectativa é de que 50 escolas estejam integradas ao programa. “O aumento do número de crianças e escolas atendidas será gradual. O Escola Integrada promete ter um impacto social muito grande. Mas esse impacto também é proporcional aos desafios que surgem nesta fase de implementação”, analisa Marília Barcellos.

Na UFMG, 96 professores e técnicos de 18 unidades propuseram 130 oficinas. Segundo Marília Barcellos, com esse número de pessoas envolvidas e atividades propostas, seria possível beneficiar cerca de 68 mil crianças. “Mas as necessidades devem ser apontadas pelas escolas, por isso o atendimento e a oferta de bolsistas aumentarão de acordo com o surgimento de novas demandas”, revela Marília Barcellos.

Preparação

 

A formação dos bolsistas começou no último dia 3. Cerca de 170 pessoas compareceram ao auditório da Faculdade de Educação (Fae) para ouvir relatos sobre o programa-piloto realizado em 2006 e compreender a relação da área de extensão na UFMG com o Escola Integrada. No dia seguinte, 140 alunos da graduação assistiram a uma palestra no Centro Pedagógico para conhecer os avanços e limites da Escola Plural (projeto pedagógico que orienta as ações da rede municipal de ensino) e se preparar para a visita às escolas na semana seguinte. “Tentamos priorizar locais cujo acesso seja mais fácil para os estudantes da Universidade”, afirma Marília Barcellos. Depois das visitas, que aconteceram nos dias 9 e 10, bolsistas e coordenadores se reuniram para acertar a condução das oficinas.

As bolsas, de R$ 350 (valor que inclui despesas com condução), serão pagas pela Prefeitura, que também se responsabiliza pelo espaço físico e materiais necessários para condução das atividades. Os alunos contemplados precisam cumprir carga de 20 horas semanais, sendo 16 na escola (12 em oficinas e quatro em atividades de registro, avaliação e reuniões) e quatro na UFMG, onde recebem orientação, avaliam resultados do programa e realizam pesquisa de material e atividades de planejamento.

“Queremos que nossos alunos, a partir deste trabalho, enriqueçam sua formação profissional e pessoal. Trata-se de um projeto de extensão, que tem como diretriz o impacto social e a inclusão. Ao mesmo tempo, é uma atividade de ensino, pois as oficinas envolvem construção e transferência de conhecimento entre os bolsitas da UFMG e os alunos da rede pública”, afirma Marília Barcellos.

Avaliar para aperfeiçoar

 

Durante a experiência-piloto realizada no ano passado, a principal preocupação dos coordenadores era avaliar a funcionalidade do programa. “Foram apenas dois meses de atividades, mas deu para notar o envolvimento e a alegria da comunidade escolar”, analisa a coordenadora do Escola Integrada pela Secretaria Municipal de Educação, Neusa Macedo.

 

A partir deste ano, o Escola Integrada incorpora o viés da pesquisa entre suas atividades, a fim de detectar problemas e avanços na realização das atividades. “Estamos desenvolvendo, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação desse trabalho, para que possamos dimensionar seus impactos e aprimorá-lo ao longo do tempo”, afirma Marília Barcellos, da coodenadoria de Saúde e Educação da Proex.

 

Fernanda Cristo