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Nº 20 - Ano 12 - 20.04.2013

Uma cadeia para a inovação

Um construtor pede anonimato

Perfil Fábio do Nascimento Moura

Dono de memória privilegiada e sempre solícito para falar da evolução institucional da UFMG, Fábio do Nascimento Moura se retrai quando ele próprio é o centro das atenções. “O pouco que fiz foi no anonimato”, desconversa.

Mas quem conviveu e trabalhou com esse ex-aluno e depois professor da Faculdade de Ciências Econômicas entrega. Com seu perfil discreto, Fábio Moura contribuiu decisivamente para o estágio em que a UFMG se encontra. “Nos anos 60, a Reitoria era apenas um prédio; as faculdades tinham orçamento próprio e muita autonomia. Fábio Moura foi pessoa-chave na Universidade”, afirma o jornalista Manoel Marcos Guimarães, um dos responsáveis pela estruturação da área de comunicação da Instituição, que inclui a criação do Boletim da UFMG.

Guimarães conta que, do trabalho de Fábio Moura, surgiram setores que consolidaram a estrutura administrativa e de gestão da Universidade, mudanças precursoras da reforma universitária de 68, implantada pelo regime militar.

Como chefe de gabinete na gestão de Aluísio Pimenta, Fábio Moura foi um dos criadores do Festival de Inverno, realizado pela primeira vez em 1967, junto com Berenice Menegale e José Tavares de Barros. “Ali começava a surgir a ideia de extensão universitária. Tanto que o Conselho de Extensão nasceu do Festival”, afirma Manoel Guimarães. O jornalista, aliás, se diz “sócio” de Moura na criação do Boletim da UFMG, que circulou pela primeira vez em 27 de setembro de 1974. “O pai da ideia foi ele; eu, um jovem funcionário na época, fui apenas o executor”, revela.

Fábio do Nascimento Moura nasceu em Pedralva, Sul de Minas, em 1933. Chegou a Belo Horizonte na década de 1950, para fazer, na Faculdade de Ciências Econômicas, os cursos de graduação em Administração Pública e Sociologia e Política. Nos anos 1960 e 1970, Fábio Moura foi chefe de gabinete dos reitores Aluísio Pimenta, Gérson Boson, Marcelo Coelho e Eduardo Osório Cisalpino.

Em meados dos anos 1970, já na gestão de Cisalpino, assumiu a coordenação da Secretaria dos Órgãos de Deliberação de Ensino Superior (Sods), responsável pela sistematização das decisões dos órgãos colegiados da UFMG, como o Conselho Universitário e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Permaneceu no cargo até se aposentar, em meados da década de 1990.

Fora da ativa, Fábio Moura capitaneou outra empreitada: a criação da Organização dos Aposentados da UFMG (OAP), junto, entre outros, com os professores Hélio Pontes e Lair Rennó. “A ideia surgiu quando os proventos dos aposentados passavam por um processo de aviltamento. Foi a forma que encontramos de nos organizarmos para fazer frente às adversidades que se avizinhavam”, conta Rennó.

Fábio Moura é um dos autores da proposta de estatuto da entidade, formalmente constituída em agosto de 1996 por 283 pessoas. “Fábio é a alma da OAP”, resume Rennó. “Na parte cultural, ele é o pai de todas as ideias”, acrescenta.

Tantos elogios deixam o professor ressabiado. Ao ser procurado pela reportagem de DIVERSA para uma entrevista que ajudaria a compor este perfil, o professor pediu para receber as perguntas por escrito. Debruçou-se sobre elas e respondeu no texto publicado a seguir. Um relato sintético – e ao mesmo tempo detalhado – de uma obra da qual foi um dos mais diletos construtores.

Uma certa UFMG

Por Fábio do Nascimento Moura

As perguntas da jornalista e a crônica de Affonso Romano de Sant´Anna, Uma certa Belo Horizonte, publicada no jornal Estado de Minas, em 26 de agosto do ano passado, mexeram com minhas lembranças. Levaram-me a período privilegiado de minha vida universitária: início dos anos 60, na Faculdade de Ciências Econômicas e na Reitoria da UFMG.

O cronista focaliza os contatos dele, como estudante de Letras, com estudantes e professores da Faculdade de Ciências Econômicas, dirigida pelo extraordinário professor Yvon Leite Magalhães Pinto. Situa o período: 1958 a 1962. A Faculdade vivia grande agitação, momento especial. Ali, dedicava-me a estudos políticos e das relações públicas como função diretiva.

Os meios universitários brasileiros atravessavam também momento especial: havia sido desencadeado o processo da reestruturação das universidades no país. Os meios políticos e sociais estavam conturbados. Caminhava-se para período turbulento, que teria início em 1964. Além de envolvida no turbilhão, a UFMG começava outra etapa de sua existência, com o reitor Aluísio Pimenta, que defendia novas diretrizes.

Fábio do Nascimento Moura
Fábio do Nascimento Moura Foca Lisboa / UFMG

A Universidade – como outras instituições – formou-se por justaposição de escolas e faculdades autônomas, isoladas, independentes. No nosso caso, com Direito, Engenharia, Medicina, Odontologia (Farmácia). Essas unidades, quando se juntaram em 1927, tinham vida própria e continuaram assim, tendo o Conselho Universitário como órgão aglutinador, e a Reitoria com a função simbólica de administrar a Universidade.

O que o professor Aluísio Pimenta e o grupo de professores que o apoiava queriam era dar nova configuração acadêmica e administrativa à Instituição, racionalizando a vida universitária. Como disse ele:“(...) A Universidade deve entregar-se ousadamente à tarefa de promover profundas reformulações da sua estrutura, visando à flexibilidade de seus instrumentos e à eficácia maior dos seus órgãos. O aspecto jurídico já encontrou sua expressão no Estatuto, aprovado pelo Conselho Universitário e pelo Conselho Federal de Educação. Urge, entretanto, efetivar as inovações nele previstas.”

A concepção de universidade preconizada estribava-se em alguns princípios diretores, como o da não duplicidade dos meios para fins idênticos ou equivalentes, para assegurar a plena utilização dos recursos; aglutinação de todos os recursos em institutos básicos; integração do ensino e da pesquisa, com a coexistência de ambos em cada unidade universitária; transformação dos departamentos em base da estrutura da Universidade para todos os efeitos de organização administrativa, didático-científica e de distribuição de pessoal.
Miniuniversidades

Curioso notar é que o que a Universidade pretendia estava subjacente na Faculdade de Filosofia. Esta abrigava, em termos, duas miniuniversidades. Uma, a própria unidade, com seus diversos cursos, desmembrada posteriormente com a reforma, dando origem a institutos centrais, escolas e faculdades. Ao mesmo tempo, a Faculdade mantinha o Colégio de Aplicação, do curso de Educação, que se transformou no Colégio Universitário e, depois, no Colégio Técnico.

O reitor Aluísio Pimenta, dirigente infatigável, com grande capacidade de liderança, mesmo acossado pelo clima de instabilidade político-social reinante, queria atuar, de maneira intensiva, em várias frentes ao mesmo tempo. Estava interessado, por exemplo, nos servidores técnicos e administrativos. Queria promover cursos para melhorar seu desempenho funcional. Ficou sabendo de nosso trabalho na Faculdade de Ciências Econômicas e propôs que fosse realizado programa pertinente para os funcionários da Universidade.

Ponderamos que, em face das circunstâncias, tais medidas, isoladas, poderiam ser extemporâneas, até mesmo contraproducentes e com resultados de êxito duvidoso. A universidade ainda não estava preparada para isso. A própria Reitoria?– funcionando em prédio inacabado – não dispunha de organização apropriada. É de se lembrar que havia a Secretaria para Assuntos da Universidade e do Conselho Universitário; os departamentos de Contabilidade, de Pessoal, de Educação – este com a função básica de registro de diplomas; a Biblioteca; a Imprensa Universitária (gráfica); o Escritório Técnico da Cidade Universitária, além de algumas atividades artísticas.

Com relação aos cursos, a reação do reitor foi surpreendente: no lugar de ficar contrariado, convidou-me para colaborar mais diretamente, como chefe de Gabinete, função que, por sinal, nem existia. Resolvi aceitar o desafio. A Faculdade concordou. Durante certo tempo consegui conciliar as atividades nas duas instituições. Estávamos em 1964.

O reitor Aluísio Pimenta, além do atendimento direto às unidades universitárias, aos integrantes dos grupos de trabalho de reforma, aos dirigentes dos órgãos, ao público em geral, cuidava dos assuntos relacionados com a música (Ars Nova e Orquestra), o Teatro Universitário, o cinema, as artes plásticas, a Assessoria de Imprensa. Dedicava-se também a soerguer a Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump).

Para se ter visão ampla, foi sugerido ao reitor o que denominamos Política de Integração, apresentada à Assembleia Universitária no início de 1965. Era um conjunto de princípios e medidas que poderiam ser adotados, a saber: princípio da descentralização coordenada; assessoria de relações universitárias (e imprensa); política de valorização do servidor; corpo docente; antigos alunos; política assistencial; Colégio Universitário; institutos centrais; campus universitário; Departamento Esportivo; Departamento de Educação e Cultura; corpo discente; universidade-empresa. Essa política serviu – e ainda serve – de norte para a UFMG.

Entre os itens relacionados destaca-se a comunicação social vinculada ao Gabinete. O reitor tinha sensibilidade especial para a importância desse instrumento a fim de promover o entrosamento interno da instituição e desta com a sociedade. Daí a atenção às atividades desenvolvidas pelo jornalista Plínio Carneiro, envolvendo a implantação do Serviço de Relações Universitárias (SRU) e publicações diversas. A Resolução 14, de dezembro de 1966, do Conselho Universitário, estabeleceu o cerne da comunicação, com o SRU sediado na Reitoria e rede nas unidades universitárias. Outro passo foi a Resolução 2/70, de 29/5/70, do Conselho Universitário, que criou o Jornal da UFMG.

Nessa área, uma das principais medidas do Gabinete, em 1974, foi modificar o modo de agir em relação à imprensa. A Reitoria adotava a política da matéria paga. Procurou-se mostrar que isso só deveria acontecer com a publicação de anúncios administrativos, obrigatórios, como editais. Iniciou-se a difusão da ideia de que a instituição era de serviço público relevante, de que a universidade era notícia?por excelência. Ao lado da atividade de imprensa, Plínio Carneiro – com o apoio do Gabinete – cultivou trabalho importante na literatura, com os projetos de Concursos de Contos e Poesias e da Revista Literária do Corpo Discente da UFMG.
Projetos

Houve a transferência do jornalista e do Serviço de Relações Universitárias para o Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, agora com finalidades docentes. Deve-se ressaltar o apoio recebido da Fundação Movimento Universitário de Desenvolvimento Econômico e Social (Mudes), que forneceu as bolsas necessárias para funcionamento dos estágios de jornalismo integrantes da rede de comunicação de unidades e órgãos.

Em decorrência, assumiu as atividades de comunicação na Reitoria o jornalista Manoel Marcos Guimarães, que foi estagiário do SRU, criando outra linha de atuação. É dessa época o Boletim Informativo da Reitoria, criado mediante Ordem de Serviço 270, de 1974, do reitor Eduardo Cisalpino. Este Boletim, mais tarde, passou a ser “da Universidade”, conforme Resolução 7/85, de 1985, do Conselho Universitário. A então Sala de Imprensa transformou-se nesse complexo de comunicação social de hoje, que engloba ainda a rádio UFMG Educativa e a TV UFMG.

A partir da gestão do professor Aluísio Pimenta, o Gabinete do Reitor teve a oportunidade de participar de alguns projetos de alcance. Sem contar os destinados a unidades universitárias, como Serviço de Subsistência Reembolsável (SSR), para professores e funcionários da Universidade.

Outro projeto – que pode ter tido reflexo na atual articulação de universidades federais mineiras para trabalho conjunto – é o que foi realizado pela Reitoria, sob a liderança do reitor Marcelo Coelho (1973/1974), visando à integração de universidades e escolas isoladas mineiras.

Trabalho precioso foi o da Exposição Documental e de Bens Culturais da UFMG, na época do reitor Cisalpino, comandada pelo professor Ivo Porto de Menezes, da Escola de Arquitetura, comemorativa do cinquentenário do Conselho Universitário, em 1974. É trabalho para ser melhor examinado, porque envolve patrimônio importante da Universidade.

Quatro projetos significativos do Gabinete, envolvendo estudantes e ex-alunos, foram desenvolvidos pela Reitoria, a partir do reitor Aluísio Pimenta. Um deles é o Quadro de Estagiários Acadêmicos da UFMG, um dos grandes laboratórios voltados para a participação dos estudantes em treinamento profissional, iniciação científica e colaboração de ensino. O Quadro transformou-se em diferentes programas de estímulo estudantil. O segundo relaciona-se com a educação física e a vida esportiva. O terceiro diz respeito ao apoio ao estudante estrangeiro. O trabalho culminou com a criação, na gestão Eduardo Cisalpino, da Comissão de Assuntos Internacionais, com a nossa participação, de Maria de Lourdes Malta Saliba, da Fump, sob a presidência do professor Milton Campos, da Engenharia. Com o tempo, a Comissão teve desdobramentos e adquiriu mais relevância. Finalmente, a iniciativa de manter a ligação do estudante formado com a Universidade por intermédio da Associação dos Antigos Alunos.

O Gabinete do reitor Aluísio Pimenta – ao lado das atividades administrativas – instituiu, de início informalmente, a Coordenadoria de Extensão da Universidade. O objetivo era oferecer apoio à demanda, estimular as atividades, no âmbito interno da Reitoria e das unidades universitárias, e veicular a ideia da extensão como função básica da universidade. Embora a ideia de extensão não fosse incomum no âmbito das unidades, até então era vista como mero prolongamento dos cursos. Não havia um serviço coordenador, abrangente, ágil, para toda a Instituição. Depois, foi formalizada pelo Conselho Universitário, mediante proposta do professor Aluísio Pimenta, conforme Resolução 1, de 11/1/67, que deve ser considerada histórica, tendo alçado a extensão ao primeiro nível, no plano formal, ao lado do ensino e da pesquisa.

As alterações atuais vieram com o Estatuto de 1986, que criou o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, com as funções básicas em pé de igualdade, indissociáveis.
As atividades de extensão ocuparam boa parte da minha vida, decorrentes da intensa atuação, como chefe de Gabinete dos reitores Aluísio Pimenta, Gerson de Britto Melo Boson, Marcelo de Vasconcelos Coelho e Eduardo Osório Cisalpino, até mesmo como coordenador dos Órgãos de Deliberação Superior, a partir da gestão deste último. Não é possível relacionar todas as promoções realizadas – direta ou indiretamente. Mas algumas podem ser apontadas.

A Universidade promoveu/participou de três grandes seminários sobre a extensão, no Reitorado de Marcelo Coelho, em Belo Horizonte, Fortaleza e Ponta Grossa. A Reitoria e a Faculdade de Filosofia (Letras) realizaram série de Semanas de Intercâmbio Cultural Internacional, com diferentes países, coordenadas pelo professor Rubens Romanelli, que foi o primeiro dirigente de extensão.

Programa de grande impacto, em várias oportunidades, foi o chamado Jornadas Culturais, em diversas cidades mineiras, a partir de 1972 (gestão Marcelo Coelho). Trabalho de grande significado para a comunidade do campus Pampulha foi iniciado em 1980, e continua até hoje – o Projeto Quarta Doze e Trinta. A base inicial era simples: participação direta do Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas-Artes e da Escola de Música. Toda quarta-feira, na hora do almoço, no auditório da Reitoria.

Festival de Inverno

O programa de maior dimensão da UFMG, porém, foi o Festival de Inverno, iniciado em 1967 e que continua, naturalmente com mudanças circunstanciais. Surgiu de trabalho articulado da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMG e Fundação de Educação Artística (FEA). O reitor Gerson Boson autorizou a realização pela Universidade, após pedido formal do prefeito de Ouro Preto, Genival Ramalho. O Gabinete do Reitor funcionou como elemento catalisador. Uma lembrança: o maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca, regente do Ars Nova e da Orquestra da UFMG, comentou com o professor Haroldo Mattos, diretor da EBA, que a FEA estava interessada em realizar atividades musicais em Ouro Preto. O mesmo acontecia com o diretor da EBA no campo das artes plásticas. É de se registrar que, em Ouro Preto, o evento recebeu apoio firme de algumas pessoas e entidades, entre elas o professor Vicente Trópia, diretor da Faculdade de Farmácia.

Apesar de ser considerado o maior programa de extensão da universidade brasileira, tendo como diretiva o binônimo?extensão universitária e turismo cultural, o Festival não era visto com bons olhos por alguns. A polícia, em especial, promovia embaraços que dificultavam o evento. Um dos exemplos foi o caso – que se tornou famoso – do grupo teatral norte-americano Living Theatre, que morava e trabalhava em Ouro Preto pelo menos seis meses antes do início do Festival. Não tinha qualquer ligação com o nosso evento. No primeiro dia do Festival de Inverno, a polícia, com estardalhaço, prendeu os artistas, ameaçando-os de expulsão do país. Foi um grande escândalo, com repercussão internacional. A intenção era desacreditar nossa promoção.

Aquela proposta do reitor Aluísio Pimenta para formação dos servidores acabou sendo concretizada no decorrer dos anos. Mais até. Foram ministrados cursos e realizados seminários e eventos, voltados para os servidores e suas famílias. Vale citar, entre outros, o Programa de Bem-Estar dos Servidores (1966); as Jornadas Universitárias, congraçamento de funcionários e docentes (gestão Marcelo Coelho), que geraram a Assufemg, e nestas as Jornadas de Arte Mirim, realizadas no Centro Pedagógico, nas férias de julho, destinadas aos filhos dos servidores.

Mais recentemente, a Organização dos Aposentados e Pensionistas (OAP) da UFMG, da qual participamos desde a fundação, em 1996. É entidade sui generis, adaptação do projeto voltado para os aposentados da Faculdade de Ciências Econômicas, de 1965. Congrega servidores aposentados – professores e funcionários – e pensionistas da UFMG.

Como todos os membros da comunidade universitária – incluídos os aposentados e pensionistas – sinto-me responsável pelo que é hoje a UFMG; incluo, de maneira especial, a Faculdade de Ciências Econômicas, que é a minha Casa. E mais: sinto-me orgulhoso de ambas.

Ana Rita Araújo e Flávio Almeida