Centro Cultural exibe esculturas corporais metálicas que evocam violências estruturantes
O Centro Cultural UFMG recebe, até 30 de outubro de 2022, a exposição Crisálida: fissuras reminiscentes, da artista Dyana Santos. A mostra reúne esculturas metálicas corporais vestíveis e é aberta a todos os públicos.
As esculturas de Santos são feitas, principalmente, de chapas de aço oxidado e cobre, com base nas medidas anatômicas de seu corpo. Elas surgem da necessidade da artista de "refletir sobre as violências estruturantes de um Brasil neoliberal, patriarcal e ainda colonial que atravessam seu corpo e sua existência".
"Muitas vezes meus trabalhos nascem da dor e da necessidade de gritar para o mundo sobre as feridas estruturais e sistêmicas que tangem a minha própria existência", conta a artista. Para ela, o fazer artístico adquire uma dimensão quase espiritual, como se o grito fosse também uma oração. "Não é o desejo do culto à dor que me move, mas a necessidade de resistência a ela, a esperança de sua cura", acrescenta.
A artista, que desenvolve pesquisas escultóricas e tridimensionais desde 2014, se aproxima do universo da costura tanto na técnica de modelagem e planificação do metal quanto na fixação por meio de pontos de rebites e fios de cobre das peças anatômicas que compõem as esculturas.
Trajetória
Dyana Santos, natural de Contagem, é doutoranda na Escola de Belas Artes da UFMG. Suas pesquisas partem de vivências e se expandem em reflexões sobre aspectos sociais e estruturais. Ela aborda a interseção entre as dimensões econômica, racial, de gênero e da sexualidade.
Atualmente, dedica-se às linguagens como a da exposição Crisálida. Tem trabalhos expostos nos acervos do Museu de Arte Contemporânea de Jataí, em Goiás, do Centro Cultural de Contagem e da Casa de Cultura Maestro Dungas, em Itabirito, região central de Minas Gerais.
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