Inscrições para simpósio sobre edição de genomas: implicações éticas e regulatórias
Estão abertas as inscrições para o Simpósio Edição de genomas com CRISPR: avanços para a saúde humana e suas implicações éticas e regulatórias', que será realizado no dia 11 de junho de 2019 no Auditório Nobre da Escola de Engenharia da UFMG, das 13h às 18h. O evento é aberto ao público, mediante inscrição gratuita. Serão emitidos certificados de participação.
Há cerca de sete anos a criação da técnica CRISPR, também conhecida como CRISPR-Cas9, tem revolucionado o campo da genética. Por ser extremamente eficiente, de rápida aplicação e baixo custo, ela passou a ser largamente empregada por cientistas na edição de genes de micro-organismos, plantas, animais, ou, mesmo, em humanos, incluindo a modificação do genoma em células germinativas e em embriões. Entretanto, o uso da técnica CRISPR, apesar de seu enorme potencial, esbarra em aspectos éticos e de biossegurança, uma vez que ainda não há estudos suficientes sobre os impactos da edição de genes para as gerações futuras ou se o uso da técnica pode gerar mutações genéticas prejudiciais à vida no planeta.
Potencialidades e controvérsias
Duas mesas-redondas irão compor a programação abordando os recentes avanços em torno da edição de genomas, as promessas e controvérsias da manipulação genética em humanos e em embriões, e os limites éticos e as questões legais relacionadas a pesquisas da área.
No evento estão previstas discussões com especialistas de diferentes áreas do conhecimento, não somente da área Biomédica, mas também da Filosofia e do Direito.
O que é a CRISPR?
A técnica CRISPR-Cas9 foi baseada em um sistema natural de modificação do genoma em bactérias. Cientistas descobriram que as bactérias capturam fragmentos de DNA de vírus invasores e os inserem no meio de sequencias de DNA conhecidas como CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats).
Funcionando como um banco de memória, as matrizes CRISPR possibilitam que as bactérias possam se “lembrar” dos vírus que as infectaram no passado. Se os vírus atacarem novamente, as bactérias produzem moléculas de RNA – a partir das sequencias CRISPR – que conseguem se ligar com extrema precisão às sequências específicas do DNA do vírus invasor servindo como um guia para uma enzima denominada nuclease Cas9 localizar dentro da bactéria o DNA invasor, a fim de cortá-lo em pontos específicos, impedindo assim a replicação do vírus.
A CRISPR-Cas-9 foi adaptada para uso em laboratório possibilitando que os cientistas possam “cortar” genes em áreas específicas do genoma de qualquer organismo. A técnica tem possibilitado uma corrida científica que aponta para diversos avanços que vão desde a modificação de plantas melhoradas geneticamente, bem como a cura de vários tipos de câncer e o tratamento de pacientes com imunodeficiências e portadores do vírus HIV. Por outro lado, cientistas, das mais diversas áreas, têm se posicionado sobre a necessidade de regulamentação e responsabilidade ética nas pesquisas da área.
(Fonte: Ieat UFMG)