‘A arte nos faz acreditar na paz’, diz Leda Martins, na abertura do Festival
“Atualmente, vivemos dias sombrios. Mas a cultura e a arte nos levam acreditar na possibilidade de paz no planeta”, declarou a diretora de Ação Cultural da UFMG, Leda Maria Martins, na cerimônia de abertura do 48º Festival de Inverno da UFMG, na noite desta sexta-feira, 15. Muito emocionada, a diretora fazia alusão ao ataque, ocorrido na noite anterior, que deixou dezenas de mortos na cidade de Nice, na França.
Leda Martins agradeceu à Reitoria por priorizar a realização do Festival, ainda que sem patrocinadores e em contexto de necessário corte de despesas por parte da administração. “O Festival é realizado há quase 50 anos devido à comunhão de muitas mãos, sujeitos, cabeças e afetos. Essa disposição de todos é essencial”, disse.
O reitor Jaime Arturo Ramírez destacou o papel estratégico cumprido pelo evento, há quase cinco décadas ininterruptas, para a política cultural da UFMG. “O Festival, com toda sua riqueza e pluralidade, é excelente oportunidade para nos lembrarmos da nossa condição humana. Em todas as atividades, que serão realizadas em diferentes espaços da cidade, teremos oportunidade de aprender uns com os outros e avançar um pouquinho mais”, disse.
Trabalho de um ano inteiro
A vice-reitora Sandra Regina Goulart reiterou que o evento, planejado durante todo o ano, é o marco que consolida a política cultural da Universidade. “Os ideais do Festival vão ao encontro da formação cultural que pretendemos para nossos alunos. A interatividade e a mobilidade entre saberes, temática preciosa para nós, deve provocar reflexão permanente”, destacou.
O secretário adjunto de Cultura de Minas Gerais, João Batista Miguel, saudou todos os envolvidos, enfatizando que o conhecimento produzido no evento pode ajudar o estado a pensar políticas públicas efetivas para área da cultura. “Certamente teremos momentos de muita riqueza e partilha. Devemos nos apegar à cultura para promover a incorporação de um novo estilo de vida na sociedade”, refletiu.
O artista plástico Mário Zavagli e o músico Nivaldo Ornelas, homenageados na cerimônia, também se pronunciaram. “O Festival fez parte da minha vida desde 1976, início de minha carreira de professor na Escola de Belas Artes da UFMG. É uma alegria enorme retornar”, pontuou Zavagli, que se aposentou no ano passado. Pintor, desenhista e gravador, Zavagli atuou como coordenador e professor em várias edições do Festival.
Nivaldo Ornelas salientou que se sente especialmente honrado porque a Universidade tem “atuação fantástica em diversas áreas”. “Nunca me esquecerei das minhas raízes mineiras”, disse. Saxofonista, flautista, compositor e arranjador, Nivaldo foi um dos fundadores do Berimbau Jazz Clube, ponto de encontro dos músicos mineiros nos anos 1960, e participou também do Clube da Esquina.
Antes do show de encerramento com a Geraes Big Band da UFMG no auditório da Reitoria, o grupo Oco do Toco se apresentou no saguão principal, onde também foi inaugurada a exposição Memória e paisagem, de Mário Zavagli. A programação do Festival segue até o dia 23.