A herança afrodiaspórica afirmada pelos cabelos
Reportagem da TV UFMG discute o papel do cabelo no resgate da ancestralidade e modos de apropriação desse símbolo pelas novas gerações
“Sempre que o cabelo crespo surge, ele emana uma África que está ali”. A fala é de Fred Mendes, doutorando em Comunicação Social pela UFMG. O pesquisador defende que os cabelos são um mecanismo de afirmação do legado afrodiaspórico.
A reportagem da TV UFMG mostra a potência política-estética dos cabelos que, historicamente, em contextos africanos, podiam identificar etnias, distinguir funções de indivíduos em determinados grupos, afirmar posições sociais ou ainda indicar idade e estado civil de membros de certas comunidades. O cabelo possibilitava a existência de um sistema comunicacional que, segundo o pesquisador, foi profundamente afetado pelos processos de escravização.
Ao longo do tempo, diversas formas de controle foram adotadas para domesticar ou apagar esse marcador identitário, como o corte e o alisamento químico. Por outro lado, uma série de estratégias de resistência histórica vão desafiando e se contrapondo ao preconceito e a técnicas de dominação capilar.
A reportagem entrevista Paty Silvério, empreendedora e cabeleireira especializada em cabelos afro, que diz com orgulho que o alisamento, popularmente chamado de “escova progressiva”, não faz mais parte da cartela de serviços oferecidos em seu salão. Também é entrevistada pela reportagem a professora Adriana Marinho, idealizadora do projeto “Brincando e aprendendo nos cabelos de Lelê”, que fala da importância de desenvolver, ainda na infância, a educação antirracista, para combater esse e outros preconceitos relacionados aos corpos negros.
Confira a reportagem da TV UFMG:
Equipe:
Produção e reportagem: Bella Corrêa
Imagens: Ângelo Araújo
Edição de imagens: Marcelo Duarte
Edição de conteúdo: Vitória Brunini
Transporte: Pedro Campos