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Compulsão alimentar é tema de entrevista no programa Conexões

Quando o quadro é disfuncional é preciso tratamento e acompanhamento nutricional, médico e psicológico

Bulimia, que leva a pessoa a comer compulsivamente, é um dos transtornos identificados pela ferramenta
Torsten Mangner | Wikimedia Commons | CCBY-SA 2.0

A partir de declarações feitas nas redes sociais por uma blogueira, o assunto compulsão alimentar esteve em alta nas últimas semanas. A influencer, que já trabalhou no ramo da confeitaria, igualou açúcar à cocaína e promoveu dietas restritivas como forma de tratamento da compulsão. No entanto, as declarações foram sob uma perspectiva pessoal, sem nenhum tipo de certificação do conteúdo, o que gerou críticas por uma parte e até acolhimento por outros seguidores. 

A nutricionista comportamental e terapeuta nutricional Thais Lamonica participou do programa Conexões para esclarecer, discutir e refletir sobre algumas questões importantes que envolvem o assunto. Em primeiro lugar, é preciso entender do que se trata o termo. "Compulsão alimentar é um transtorno e muita gente confunde isso com um exagero. Muita gente chega no consultório e fala que tem compulsão. Quando vamos analisar mais a fundo percebemos que, na verdade, se trata de exagero", explica Thais. A compulsão alimentar é um tipo de exagero, não necessariamente de comidas gostosas, que vem acompanhada de uma sensação de arrependimento e repulsa de si mesmo. Por outro lado, o exagero é consciente, quando se passa do ponto por opção própria. "Normalmente a compulsão alimentar vem para afogar alguma coisa, algum vazio interno", explica Thais Lamonica. 

Para entender e tratar o problema, em geral, a pessoa com compulsão alimentar passa primeiro pelo nutricionista. Quando o profissional identifica aquilo como um padrão disfuncional, ou seja, que prejudica o dia a dia da pessoa, é preciso encaminhar para o médico psiquiatra e para o psicólogo, um tratamento multidisciplinar.

Outro aspecto importante nessa discussão foi a comparação da comida com drogas. De acordo nutricionista Thais Lamonica, o tratamento de dependência química precisa de restrição das substância para a recuperação. Já no caso da compulsão alimentar, em alguns casos podem até haver a supressão de alimentos, mas eles, em algum momento, são reintroduzidos na vida da pessoa. Lamonica também comentou sobre o papel dos influenciadores no assunto. 

Ouça a conversa com Luiza Glória

Produção: Jaiane Souza e Luiza Glória

Publicação: Jaiane Souza