Oficina sugere ingredientes do cotidiano para pratos saudáveis
Atividade da programação do Festival de Verão UFMG, 'Cozinha com afeto' valoriza a livre experimentação
Até a próxima sexta, 7, a UFMG realiza a 14ª edição do Festival de Verão. Integrando a programação do evento, a oficina Cozinha com afeto tem enfoque cultural e instiga a sensibilidade de seus participantes no Centro de Referência da Juventude (CRJ), em Belo Horizonte. Os alunos se depararam com grande variedade de temperos frescos e secos, que puderam degustar e tomaram como inspiração para botarem a mão na massa. Uma das tônicas do curso é a livre experimentação de sabores e combinações para a criação de pratos que não seguem receitas rigorosamente determinadas.
Na cozinha do CRJ, a preocupação é com a saúde das pessoas do nosso tempo. São utilizados alimentos da cultura brasileira como inhame, mandioca, abóbora, coco, banana, fubá e polvilho. “Por serem acessíveis, esses alimentos promovem a produção local e o território natural”, explica Maria Fernanda Ambuá, responsável pela oficina. “Fazendo uso de alimentos tão fáceis de se encontrar no mercadinho ou na feira, fica fácil reproduzir as receitas posteriormente, em casa”, acrescenta.
Estudante de engenharia agrícola e ambiental da Universidade Federal de Viçosa, Rafael Pacca adora cozinhar. Constantemente, na sua cidade, ele produz festas e eventos culturais nos quais a culinária tem papel central. Esse foi apenas um dos fatores que o atraíram até a oficina Cozinha com afeto. “A oficina dá preferência por pratos veganos e pela forma de servi-los, de prepará-los, além de apresentar um estilo de cozinhar mais livre e que prioriza o sabor de cada ingrediente”, detalha o aluno.
Rafael, que já frequentou outros cursos de culinária, afirmou ter encontrado na formação oferecida pelo Festival de Verão uma abordagem mais livre e menos apegada aos padrões de uma culinária altamente sofisticada. “O mais interessante é poder usar a criatividade. Isso pode ajudar as pessoas a diversificar o paladar”, conclui.
Autonomia
Luara Froed, pedagoga, veio ao CRJ motivada pelo trabalho da cozinheira Maria Ambuá. Ela afirma que o encontro superou suas expectativas e elogiou a autonomia dada pela oficineira para que os participantes pudessem elaborar as refeições.
“Primeiramente, eu fiz um prato salgado e, agora, um doce. Fui usando temperos e alimentos muito comuns no cotidiano de uma forma que jamais imaginei ser possível. Eu nunca tinha feito antes e estou achando incrível”, elogia Luara. Vegetariana, a pedagoga pôde, no primeiro dia de oficina, elaborar alimentos leves e saudáveis, mas ainda esperava adquirir mais autonomia nos próximos dois encontros da atividade para, em casa, conseguir pôr em prática o que aprendeu.
Segundo Maria Fernanda Ambuá, o foco da oficina é justamente essa elaboração de lanches caseiros. “O almoço e o jantar são refeições mais ricas sob o aspecto nutricional porque incluem verduras e legumes. Geralmente, na hora do lanche, as pessoas costumam ir até uma padaria sem saber que, com vinte minutos, é possível elaborar uma refeição satisfatória e saborosa”, esclarece.