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Dia Internacional de luta contra a LBGTfobia é debatido no programa Conexões

‘Políticas públicas nas áreas de educação e saúde são a linha de frente no combate à LGBTfobia’, sugere coordenadora do GESEX, da UFMG

17 de maio foi escolhida como data de luta por ter sido o dia quando, em 1990, a OMS retirou a homossexualidade de sua lista de doenças
17 de maio foi escolhida como data de luta por ter sido o dia quando, em 1990, a OMS retirou a homossexualidade de sua lista de doenças ©Kosti Keistinen/valtioneuvoston kanslia/FotosPublicas

17 de maio é o Dia Internacional da luta contra a LBGTfobia. A data foi escolhida, pois foi nesse dia que, em 1990, a OMS retirou a homosexualidade de sua lista de doenças. A partir daí, sucederam grandes mudanças como a proibição do tratamento de uma suposta ‘cura gay’. O movimento social e político LGBT, ao longo dos anos, foi incluindo novas pessoas e hoje representa lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intessexuais, assexuais e outros grupos, como pansexuais. Por isso, a sigla ganhou outras letras e passou a ser LGBTQI+. No Brasil, a LGBTfobia é uma questão urgente, já que somos o país que mais discrimina e mata pessoas LGBT+. Em 2020, segundo o Relatório: Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil, produzido pelo Grupo Gay da Bahia, 237 LGBT+ tiveram morte violenta no nosso país, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios e 13 suicídios.

Para abordar a importância da data e da luta contra a LGBTfobia, o programa Conexões desta segunda, 17, conversou com a professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Faculdade de Ciências Humanas da UFMG, coordenadora do Grupo de Pesquisa Gênero e Sexualidades (GESEX) e integrante do Núcleo de Direitos Humanos e cidadania LGBT (NUH), Érica Renata de Souza. Na entrevista, a professora defendeu que políticas públicas para LGBTQI+ nas áreas de educação e saúde são fundamentais no combate à violência.

Ela também afirmou que, além de uma questão de direito ao amor, a data é também uma defesa pela dignidade humana, pois o preconceito coloca essa e outras minorias em uma sub-condição de humanidade. Todos podem contribuir no combate à LGBTfobia, conforme orienta a professora, “em primeiro lugar, nós temos que começar por nós mesmos, percebendo nosso comportamento no dia a dia com as pessoas, como nosso comportamento está sendo um espelho para nossos filhos e para o resto da sociedade, como nós tratamos as pessoas LGBTQIA. A educação sempre foi um canal, tanto a educação na família, como na escola, na universidade ou nos aparelhos de educação informal. A formação das futuras gerações sempre foi importante para a desconstrução de preconceitos”.

Produção: Alessandra Dantas e Flora Quaresma, sob a orientação de Luiza Glória

Publicação: Alessandra Dantas