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Ex-ministros criam observatório em defesa da educação

Seis ex-titulares do MEC acusam o atual governo de tratar a área como “ameaça” à sua gestão

Os ex-ministros Cristovam Buarque, Murílio Hingel, Renato Janine Ribeiro, José Goldemberg, Fernando Haddad e Aloizio Mercadante
Os ex-ministros Cristovam Buarque, Murílio Hingel, Renato Janine Ribeiro, José Goldemberg, Fernando Haddad e Aloizio Mercadante: educação como política de EstadoLeonor Calasans / IEA/USP

Seis ex-ministros da Educação anunciaram nesta terça-feira, dia 4, a criação de um Observatório da Educação Brasileira, dedicado à discussão de políticas públicas para o setor. O anúncio veio acompanhado de uma carta de repúdio aos cortes orçamentários e à postura ideológica do atual governo, do presidente Jair Bolsonaro, que estaria tratando a educação como uma “ameaça” à sua gestão.

“Contingenciamentos ocorrem, mas em áreas como educação e saúde, na magnitude em que estão sendo apresentados, podem ter efeitos irreversíveis e até fatais”, diz a carta, assinada pelos ex-ministros José Goldemberg (1991-1992), Murílio Hingel (1992-1995), Cristovam Buarque (2003-2004), Fernando Haddad (2005-2012), Aloizio Mercadante (2012-2014 e 2015-2016) e Renato Janine Ribeiro (2015).

“Muito tem de ser feito, tudo pode ser aprimorado, mas a educação depende da continuidade ao que já foi conseguido ou planejado. Educação é política de Estado: nada se fará se a ênfase for na destruição das conquistas, no desmonte das políticas públicas implementadas e no abandono dos planos construídos pela cooperação entre os entes eleitos e a sociedade”, afirma o documento, divulgado em coletiva de imprensa no auditório do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), com a presença dos seis signatários.

O Jornal da USP cobriu a coletiva e publicou a íntegra do documento assinado pelos ex-ministros.

Herton Escobar / Jornal da USP