Saúde

HC lança campanha para prevenir sepse em crianças em tratamento quimioterápico

Objetivo é conscientizar sobre a neutropenia febril, sinal desencadeador de infecção generalizada que pode resultar em morte

Campanha destaca a importância do atendimento médico rápido para crianças em tratamento oncológico que apresentem febre
Fachada do HC: campanha destaca importância do atendimento médico rápido para crianças em tratamento oncológico que apresentem febre Divulgação

A neutropenia é a redução de um tipo de células de defesa do organismo, muito comum em pacientes oncológicos submetidos a ciclos de quimioterapia. A febre nessas pessoas pode ser um sinal de infecção e, caso não tratada rapidamente, pode levar à sepse, uma infecção generalizada, e à morte. Para dar visibilidade ao tema e conscientizar pacientes e familiares sobre a importância de buscar atendimento médico de urgência, o Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh (HC-UFMG) lança, nesta terça-feira, dia 13, a campanha Hora dourada: cada minuto conta

A ação faz parte de aliança coordenada pelo hospital norte-americano St Jude Children’s Research, que tem o objetivo de implementar ações nos hospitais participantes para que crianças em tratamento quimioterápico recebam antibioticoterapia na primeira hora de admissão hospitalar. A campanha também visa à sensibilização de profissionais e familiares para a otimização do tratamento de crianças com câncer.

Segundo a professora da Faculdade de Medicina da UFMG Camila Cancela, que é pediatra do HC-UFMG, uma vez que a quimioterapia destrói as células doentes e saudáveis dos pacientes, provocando anemia, fraqueza, palidez, maior risco de sangramento e de infecções, esses pacientes apresentam maior risco de sepse. “Qualquer sinal ou sintoma de infecção no paciente com neutropenia deve ser prontamente avaliado pelo médico, mas a febre é um alerta para gravidade. No paciente oncológico, se a temperatura axilar for maior ou igual a 37,8 graus, ele deverá buscar avaliação médica imediata”, explica.

A professora reforça que a antibioticoterapia precisa ser iniciada o mais rapidamente possível. “A administração precoce do antibiótico está relacionada a uma menor mortalidade em crianças em tratamento quimioterápico. O câncer infantil, de uma forma geral, tem grandes chances de cura, mas as infecções podem aumentar o risco de morte desses pacientes.”

Agilidade no atendimento
No HC-UFMG, os profissionais estão sendo treinados para identificar esse tipo de paciente já durante o acolhimento. Além disso, a campanha também criou um cartão para pacientes infantis em tratamento oncológico e risco de neutropenia. O objetivo é facilitar a identificação deles em caso de urgência médica e buscar o  pronto encaminhamento para um fluxo de atendimento específico.

“Sintomas como tosse, dor abdominal e diarreia também devem ser observados. Na dúvida, é sempre melhor buscar ajuda médica, principalmente nos casos de tratamento quimioterápico associado à febre maior ou igual a 37,8 graus ou a outros sinais de infecção”, recomenda o pediatra do HC-UFMG Cristian Eduardo Condack.

Com Assessoria de Comunicação do HC-UFMG/Ebserh