Conferências sobre história, geografia, cultura e sociedade, direito, economia, política interna e externa compõem a grade do Summer School of Brazilian Studies (Curso de Férias em Estudos Brasileiros da UFMG), que tem início nesta segunda, 6, e segue até 18 de julho. Nesta terça, 7, a partir das 9h, a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, fará a aula inaugural, com o tema Fake news e violência digital. Ela vai abordar, entre outros aspectos, "a estratégia de populistas de direita que usam redes sociais para manipular a opinião pública e intimidar instituições – e como já se vislumbram os limites dessa estratégia".

A conferência será em inglês, aberta ao público geral, com transmissão no canal da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG no YouTube e tradução para o português e para Libras.

A formação, que chega a sua terceira edição (desta vez on-line) e é promovida pela DRI, reúne 45 estudantes estrangeiros, de 27 nacionalidades e 32 instituições sediadas em 20 países. Participam também 15 alunos da UFMG, indicados pelas unidades acadêmicas.

De acordo com o diretor-adjunto de Relações Internacionais, Dawisson Lopes, o curso tem características únicas no Brasil. “Os conferencistas, todos professores da UFMG, apresentam o Brasil desde sua origem, sob aspectos diversos e em profundidade”, afirma. Ainda segundo Lopes, o Summer School, que tem atraído mais participantes estrangeiros a cada edição, “apresenta o Brasil à comunidade acadêmica internacional, aproxima ainda mais a Universidade das instituições parceiras, contribui para o incremento dos estudos brasileiros e para o avanço no projeto de internacionalização da UFMG”.

A maioria dos estudantes estrangeiros é formada por bacharelandos, mas há também mestrandos, doutorandos e membros das equipes de gestão das universidades. Trinta e sete participantes são da área de humanas, cinco, das ciências biológicas, e três, das exatas.       

Português e passeios
A programação do Curso de Férias em Estudos Brasileiros também inclui oferta diária da disciplina de Português como Língua Adicional e, nos fins de semana, passeios virtuais guiados por pontos notórios da região de Belo Horizonte, como o Instituto Inhotim, em Brumadinho, maior museu de arte contemporânea ao ar livre do mundo, e o Complexo Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer.

De acesso exclusivo aos participantes durante a realização do curso, as palestras serão publicadas, mais tarde, no canal do YouTube da Diretoria de Relações Internacionais, juntamente com as sessões de abertura, com Patrícia Campos Mello, e de encerramento, a cargo do professor Cristiano Rodrigues, do Departamento de Ciência Política da Fafich. Cristiano vai tratar da questão racial no Brasil.

Outras informações podem ser encontradas no site do curso de férias e nas redes sociais (@ufmgssbs). 

Guerras e economia
Repórter, colunista e integrante do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, Patricia Campos Mello ganhou destaque com série de reportagens sobre supostos crimes eleitorais, na forma de disseminação de notícias falsas, na campanha do candidato Jair Bolsonaro. Por isso, foi citada na escolha de Pessoa do Ano da revista Time como jornalista vítima de perseguição.

Patrícia é formada pela Escola de Comunicações e Artes da USP e concluiu mestrado em Business and Economic Reporting na Universidade de Nova York. Foi correspondente em Washington D.C. pelo jornal Estado de S.Paulo e cobriu os atentados de 11 de setembro de 2001, a crise econômica americana, a guerra do Afeganistão e as eleições de 2008, 2012 e 2016.

Esteve diversas vezes na Síria, Turquia, Líbia, no Iraque, Líbano e Quênia, onde fez reportagens sobre as guerras e os refugiados. Foi também a única repórter brasileira que, em 2014 e 2015, cobriu a epidemia de ebola em Serra Leoa, na África.

Patrícia Campos Mello é autora de Lua de mel em Kobane e Índia – da miséria à potência e idealizou o premiado projeto Mundo de muros, especial multimídia sobre a crise das migrações feito em quatro continentes. Recebeu em 2016 o Troféu Mulher Imprensa e foi premiada, em 2017, pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). No ano seguinte, recebeu o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha e o V Prêmio Petrobras de Jornalismo. Em 2019, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) concedeu a ela o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa.