Morreu hoje (segunda, 13), aos 56 anos, o professor Selmo Geber, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina. Vítima de um câncer de origem muscular, ele foi sepultado no início da tarde, em Belo Horizonte.

Selmo ingressou na UFMG em 1983, como estudante de Medicina. Após extensa formação, que incluiu doutorado em Cirurgia – com estudos na London University Royal Postgraduate Medical School sobre diagnóstico genético pré-implantação – e pós-doutorado em desenvolvimento de células-tronco embrionárias, tornou-se professor. Coordenava, desde 2015, o Programa de Pós-graduação em Saúde da Mulher. Desenvolveu numerosos projetos de ensino na Faculdade de Medicina e de extensão no Hospital das Clínicas, coordenou dezenas de projetos de pesquisa e orientou mais de 40 mestres e doutores.

“Foi um profissional brilhante, reconhecido internacionalmente na área de medicina reprodutiva. Sua inteligência privilegiada e sua imensa capacidade de trabalho, inovação e conciliação fizeram de Selmo Geber um dos docentes de maior influência e referência profissional e pessoal para o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia”, afirma o chefe do departamento, professor Fernando Reis.

Comprometido e generoso
A professora Alamanda Kfoury, vice-diretora da Faculdade de Medicina, destaca que Selmo Geber teve atuação múltipla, como professor de disciplinas básicas e em ambulatório, líder de pesquisas de ponta na pós-graduação e integrante de comissões internas, como as de avaliação docente. “Ele era muito comprometido, esteve sempre disposto a colaborar em atividades administrativas”, recorda Alamanda, que é também vinculada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia.

Ainda de acordo com a vice-diretora, Selmo cultivava bons hábitos, praticava esportes, apreciava vinho e boas conversas. “Ele foi uma pessoa de grande generosidade, característica que se sobressaía na sua dedicação à formação de médicos e pesquisadores”, afirma.

Em seu perfil no Instagram, o poeta e jornalista Fabrício Carpinejar publicou um texto em homenagem ao amigo. “Milhares de famílias perderam o seu incansável obstetra. Milhares de alunos da Faculdade de Medicina da UFMG perderam o seu apaixonado professor. A comunidade científica perdeu um pesquisador devoto da fertilização”, escreveu, sob o título A vida é um relâmpago.

Membro titular da Academia Mineira de Medicina, Selmo Geber recebeu incontáveis comendas e homenagens por seu trabalho como médico, professor e  pesquisador. Presidiu a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e foi diretor da seção brasileira da Rede Latino-americana de Reprodução Assistida. Foi um dos fundadores, em 1995, da clínica Origen de Medicina Reprodutiva.

Selmo Geber deixa a mulher, Anna Sylvia, e os filhos Luiza, Guilherme e Miguel.