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“O assédio sexual é um tema que não devemos banalizar”, defendeu colunista da UFMG Educativa

Em entrevista ao programa Conexões, Marlise Matos falou sobre manifestações de artistas americanas e francesas sobre violência e assédio

Manifestações contra o assédio sexual não são puritanismo, defendeu colunista
Manifestações contra o assédio sexual não são puritanismo, defendeu colunista Midia NINJA / Creative Commons / Flickr: http://bit.ly/2mG7ABa

Na semana passada, durante a cerimônia de entrega do Globo de Ouro 2018, em Los Angeles, Estados Unidos, atrizes chegaram ao evento com vestidos pretos, em forma de protesto. A manifestação tinha como objetivo denunciar o assédio sexual sofrido pelas mulheres em Hollywood.

“O assédio sexual é o uso de um poder, de maneira arbitrária. No caso em questão, no campo do entretenimento, é o homem usar de sua condição de poder para submeter uma mulher. E isso pode ser feito de inúmeras formas, não se restringe ao relacionamento sexual ou à troca de favores sexuais”, contextualizou Marlise Matos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG (Nepem) e colunista do Jornal UFMG, em entrevista ao programa Conexões desta segunda-feira, 15 de janeiro.

Além da manifestação na premiação, a campanha #metoo – #eutambém, em português – se espalhou pelas redes sociais, com denúncias de diversos assédios sofridos no meio artístico. Poucos dias depois, uma contra-campanha, em forma de carta, foi lançada na França. Atrizes manifestaram apoio aos homens denunciados, defendendo o direito ao flerte livre.

“Esse não é um tema que devemos banalizar. Eu entendo a tensão e a disputa entre as americanas e as francesas, que vem de longa data. Sempre houve uma disputa entre os feminismos americanos e franceses e essa tensão está sendo reeditada com esse debate mais recente sobre o assédio sexual”, defendeu Marlise Matos.

A professora Marlise Matos ainda destacou a importância de se diferenciar o assédio sexual da paquera. “Não estamos falando daquilo que é vivo e importante: a paquera, o jogo da sedução. Tudo isso é muito bem-vindo. Nós estamos falando de outra coisa. A natureza do problema é outra. Por isso, eu acho que não é puritanismo de forma alguma a denúncia que estão fazendo muitas dessas atrizes e mulheres do campo da cultura e entretenimento  de Hollywood”, afirmou.

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A professora Marlise Matos é colunista da Rádio UFMG Educativa e participa do Jornal UFMG às quintas-feiras, a partir das 12h30.