Pesquisa identifica condições ideais para a posição canguru
Recomendações propostas em dissertação fortalecem vínculos entre bebês e mães
A maioria das pessoas já ouviu falar na posição canguru, na qual o bebê permanece “amarrado” ao corpo dos pais para um contato pele a pele. Essa posição traz diversos benefícios que já são conhecidos pela literatura científica, como o fortalecimento do vínculo entre a mãe e a criança, importante para o desenvolvimento do bebê prematuro e de baixo peso. Mas, para que o benefício seja pleno, é necessário seguir algumas regras que foram identificadas pela fonoaudióloga Cynthia Nunes em pesquisa inédita desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, da Faculdade de Medicina da UFMG.
O estudo mostra que, quando o bebê é colocado na posição canguru até o terceiro dia de vida, as chances de interação entre mãe e criança quase duplicam. E quanto mais tempo a criança passar longe da mãe, menor será a resposta: cada dia de atraso para o início da posição diminui 0,05 pontos no protocolo que avalia a sintonia da interação entre mãe e criança, que vai de zero a cinco pontos. Os recém-nascidos acomodados mais vezes durante o dia na posição canguru também apresentaram maior capacidade de interação.
A interação também traz benefícios para o desenvolvimento comunicativo da criança durante a infância, com impactos para toda a vida. “Devido a fatores emocionais, sociais, hereditários e às morbidades relacionadas à prematuridade e ao baixo peso, essas crianças apresentam risco para desenvolvimento sociocomunicativo, e a posição auxilia na interação social, especialmente quando adotada antes do terceiro dia de vida e por mais vezes durante a internação”, diz Cynthia Nunes.
Matéria sobre o estudo está publicada na edição 2.056 do Boletim UFMG, que circula nesta semana.